domingo, 15 de março de 2015

5 Questões de Tovadorismo e Classicismo


Questões

  1. Segundo a citação “A reconquista do território, dominado pelos árabes desde o século VIII, faz prolongar, na nobreza ibérica, o espírito guerreiro e aventureiro das Cruzadas. Daí o gosto tardio em Portugal pelas novelas de cavalaria.” acaba por nos apresentar o nascedouro de uma das cantigas trovadorescas de ordem lírica, que seria:
    1. a cantiga de amor
    2. a cantiga de amigo
    3. a cantiga de escárnio
    4. a cantiga de maldizer
    5. a épica cavalheiresca


  1. O conceito de amor em Platão (o amor platônico na sua acepção original). O amor filosófico é o amor pela sabedoria. O amor filosófico é o meio de se atingir a imortalidade, o meio de nossas essências ou almas retornarem ao Bem e ao Belo, ao Divino. Esse caminho é possível por serem os homens dotados de almas, que na sua origem fazem parte do plano divino. O homem é um ser dúbio, ao mesmo tempo mortal, porém dotado de uma alma imortal, oriunda do Divino. Essa posição acaba por ser cristianizada por St. Agostinho resultando em:
    1. Uma preocupação que o amor carnal não nos faça perder a alma.
    2. Uma despreocupação com o ato sexual por não configurar amor.
    3. Uma tentativa de estabelecer formas de amar ao mesmo tempo físicas e espirituais
    4. Uma visão de amor social, de todos por todos.
    5. Um apelo ao sentidos e sensações do amor, que nos levariam a provar o divino.

  1. “A Ilha é, assim, o restabelecimento da Harmonia, de modo que a consagração e a transfiguração mítica dos heróis, que na ilha e pela ilha se opera, são, também e sobretudo, a recolocação do Amor, do verdadeiro Amor, como centro da Harmonia e do Mundo. A Ilha é uma catarse total, não apenas de todos os recalcamentos, mas das misérias da própria História, e das misérias da vida no tempo de Camões e fora dele. É a reconciliação, a transcendência. (SENA, 1980: 76)” Esse comentário em os Lusíadas demonstra claramente a existência, na épica camoniana.
    1. De uma tentativa de celebração da antiguidade.
    2. De uma tentativa de sincretismo entre elementos novos e antigos.
    3. De um retorno ao paganismo.
    4. De uma visão de mundo baseada no sobrenatural.
    5. De um linguagem literal, embora poética.

TEXTO PARA PRÓXIMA QUESTÃO
O Renascimento em Portugal corresponde ao período de apogeu da Nação, cujo império, à semelhança do Império inglês do século XIX, abrangia do Oriente (China, Índia) ao Ocidente(Brasil), e marca, com Camões, a plena maturação da língua portuguesa.
Sob o reinado de D. Manuel, o Venturoso, Portugal gozou de momentânea, mas intensa euforia, graças a grandes cometimentos: descoberta do caminho marítimo para as Índias, empreendida por Vasco da Gama em 1498; descobrimento do Brasil em 1500; Viagem da Circunavegação realizada por Fernão de Magalhães entre 1519 e 1520.
Destes fatos sobrevêm uma extraordinária prosperidade econômica: Lisboa transforma-se num importante centro comercial; na Corte impera o luxo desmedido, na certeza de que a Pátria houvesse chegado a uma inalterável riqueza material. Este ufanismo, contudo, vai declinando até a derrocada final de Alcácer-Kibir(ou Quibir), em 1578, com a destruição do exército português e a morte de D. Sebastião.
  1. Esses eventos acabaram por se refletir na literatura portuguesa de tal forma que:
    1. A literatura vai refletir a comoção épica gerada pelo progresso nas primeiras décadas do século XVI, mas reflete também, vez por outra, o desalento e a advertência, lúcidos perante a dúbia e provisória superioridade.
    2. A literatura pontuará um Sebastianismo tímido, receoso de ir contra o governo de Felipe de Espanha.
    3. A literatura definirá um aspecto místico no qual Portugal desdenhará de seu destino glorioso e será um país que exemplificará a humildade como missão nacional.
    4. A literatura será libertina, desaguando num Iluminismo teísta avant la lettre (antes de todos os outros)
    5. a literatura definirá um ascetismo cristão, influenciando até mesmo poetas brasileiros como Gregório de Matos Guerra.

  1. Segundo George Duby a literatura dos jogos corteses é “um jogo de homens, especialmente masculino, como al iás é masculina toda literatura que expõe suas regras e que praticamente só exalta os valores viris. Nesse jogo, a mulher é um chamariz (...); el a constitui o prêmio de uma competição, de um concurso permanente entre homens jovens da corte, atiçando entre eles a emulação, canalizando sua for ça agressiva,disciplinando-os, domesticando-os. O “amor delicado” (entenda-se amor cortês) civiliza, ele constitui uma das engrenagens essenciais do sistema pedagógico da qual a corte principesca é o centro. É um exercício necessário à juventude, uma escola. Nessa escola, a mulher ocupa o lugar de mestra. Ela ensina melhor porque estimula o desejo. Convém, portanto que ela se recuse e, sobretudo que seja inacessível . (DUBY, 1982, p. 38)” Esse posicionamento demonstra que o amor platônico servia ao mesmo tempo de:
    1. visão realista dos males femininos e da força da punição senhorial.
    2. garantia religiosa quanto à luxúria e ensino da força da divisão estamental.
    3. ideia profana de posse espiritual e poder da mulher sobre o homem.
    4. desejo de senhor melhor à dama e ao seu senhor.
    5. divertimento e acesso da baixa nobreza ao mundo da alta nobreza.





      GABARITO:

      B - A - B - A - B (Uma brincadeira com a rima clássica ;-) )

Nenhum comentário:

Postar um comentário