quinta-feira, 26 de março de 2015

A tragédia do estudante sério no Brasil


Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 12 de fevereiro de 2006



Toda semana, recebo dezenas de cartas de estudantes que, em busca de alguma formação intelectual, encontraram nas universidades que freqüentam apenas propaganda comunista rasteira, porca, subginasiana.

Não são, como em geral imaginam, vítimas de puras circunstâncias políticas imediatas. Gemem sob uma montanha de fatores adversos à inteligência humana, que foram se acumulando no mundo, e não só no Brasil, ao longo das últimas décadas. Se a primeira metade do século XX trouxe um florescimento intelectual incomum, a segunda foi uma devastação geral como raramente se viu na História. A queda foi tão profunda que já não se pode medi-la. Num panorama inteiramente dominado por charlatães caricatos como Noam Chomsky, Richard Dawkins, Edward Said, Jacques Derrida, Julia Kristeva, a época em que floresceram quase que simultaneamente Edmund Husserl, Karl Jaspers, Louis Lavelle, Alfred North Whitehead, Benedetto Croce, Jan Huizinga, Arnold Toynbee – e na literatura T. S. Eliot, W. B. Yeats, Ezra Pound, Thomas Mann, Franz Kafka, Jacob Wassermann, Robert Musil, Hermann Broch, Heimito von Doderer – já se tornou invisível, inalcançável à imaginação dos nossos contemporâneos. Toda comparação é entre alguma coisa e alguma outra coisa. Não se pode comparar tudo com nada.

Isso não quer dizer que as fontes do conhecimento tenham secado. Pensadores de grande envergadura – um Eric Voegelin, um Bernard Lonergan, um Xavier Zubiri – sobreviveram à debacle dos anos 60 e continuaram atuantes, o primeiro até 1985, o segundo até 1984, o terceiro até 1983. Mas seus ensinamentos são ainda a posse exclusiva de círculos seletos. Não entram na corrente geral das idéias, nem poderiam entrar sem sujar-se, sem transformar-se em matéria de discussões idiotas como vem acontecendo, graças à ascensão política de alguns de seus discípulos, com o infeliz Leo Strauss.

Pois a desgraça se deu justamente na “corrente geral”. O fim da II Guerra Mundial trouxe uma prodigiosa reorganização das bases sociais e econômicas da vida intelectual no mundo. Novas instituições, novas redes de comunicação, novos mecanismos de estocagem e distribuição das informações acadêmicas, novos públicos e, sobretudo, a ampliação inaudita do apoio estatal e privado à cultura e a formação dos grandes organismos internacionais como a ONU e a Unesco. Tudo isso veio junto com o descrédito do marxismo soviético e a profunda mutação interna da militância esquerdista internacional, a essa altura já plenamente imbuída das duas lições aprendidas da Escola de Frankfurt e de Georg Lukacs (mas também, mais discretamente, de Martin Heidegger): (1) a luta essencial não era propriamente contra o capitalismo, mas contra “a civilização ocidental”; (2) o agente principal do processo era a classe dos intelectuais.

Nessas condições, o crescimento fabuloso dos meios de atuação veio junto com o esforço multilateral de apropriação desses meios por parte de grupos militantes bem pouco interessados em “compreender o mundo” mas totalmente devotados a “transformá-lo”. A redução drástica da atividade intelectual ao ativismo político foi a conseqüência desejada e planejada dessa operação, realizada em escala mundial a partir dos anos 60.

Não que o fenômeno fosse totalmente desconhecido antes disso. Um vasto ensaio geral já vinha sendo realizado nos EUA desde a década de 30 pelo menos, através das grandes fundações “não lucrativas” que descobriram seu poder de orientar e manipular a seu belprazer a atividade intelectual, científica e educacional mediante a simples seleção ideologicamente orientada dos destinatários de suas verbas bilionárias.

Em 1954, uma comissão de investigações do Congresso americano já havia descoberto que fundações como Rockefeller, Carnegie e Ford exerciam controle indevido sobre as universidades, as instituições de pesquisa e a cultura em geral, orientando-as num sentido francamente anti-americano, anticristão e até anticapitalista. (Não me perguntem pela milésima vez com que interesse os grandes capitalistas podem agir contra o capitalismo. A explicação está resumida emhttp://www.olavodecarvalho.org /semana/040617jt.htm ehttp://www.olavodecarvalho.org /textos/debate_usp_4.htm .) Inevitavelmente, a influência exercida por essas organizações não consistiu só em introduzir uma determinada cor política na produção cultural, mas em alterá-la e corrompê-la até às raízes, subordinando aos objetivos políticos e publicitários visados todas as exigências de honestidade, veracidade e rigor. Sem essa interferência, fraudes cabeludas como o Relatório Kinsey ou a pseudo-antropologia de Margaret Mead jamais teriam conseguido impor-se ao meio acadêmico e à mídia cultural como produtos respeitáveis de uma atividade científica normal.

A comissão foi alvo de ataques virulentos de toda a grande mídia, e seu trabalho acabou por ser esquecido, mas ele ainda é uma das melhores fontes de consulta sobre a instrumentalização política da cultura (v. René Wormser,Foundations, Their Power and Influence , New York, Devin-Adair, 1958 – vocês podem comprá-lo pelo sitewww.bookfinder.com ). Na verdade, sem ele não se pode compreender nada do que se passou em seguida, pois o que se passou foi que o experimento tentado em escala americana foi ampliado para o mundo todo: a apropriação dos meios de ação cultural pelas organizações militantes e o sacrifício integral da inteligência humana no altar da “vontade de poder” simplesmente se globalizaram.

Recursos incalculavelmente vastos, que poderiam ter sido utilizados para o progresso do conhecimento e a melhoria da condição de vida da espécie humana foram assim desperdiçados para sustentar a guerra geral da estupidez militante contra a “civilização ocidental” que havia gerado esses mesmos recursos.

Embora esse processo seja de alcance mundial, é claro que o seu peso se fez sentir mais densamente em países novos do Terceiro Mundo, onde as criações das épocas anteriores não tinham sido assimiladas com muita profundidade e as raízes da civilização podiam ser mais facilmente cortadas. No Brasil, da década de 60 em diante, os progressos da barbárie foram talvez mais rápidos do que em qualquer outro lugar, destruindo com espantosa facilidade as sementes de cultura que, embora frágeis, vinham dando alguns frutos promissores. A comparação impossível entre as duas épocas, que mencionei acima, é ainda mais impossível no caso brasileiro. Na década de 50, tínhamos, vivos e atuantes, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Àlvaro Lins, Augusto Meyer, Otto Maria Carpeaux, Mário Ferreira dos Santos, Vicente Ferreira da Silva, Herberto Sales, Cornélio Penna, Gustavo Corção, Nelson Rodrigues, Lúcio Cardoso, Heitor Villa-Lobos, Augusto Frederico Schmidt, a lista não acaba mais. Hoje, quem representa na mídia a imagem da “cultura brasileira”? Paulo Coelho, Luís Fernando Veríssimo, Gilberto Gil, Arnaldo Jabor, Emir Sader, Frei Betto e Leonardo Boff. Perto desses, Chomsky é Aristóteles. É o grau mais alto pelo qual se medem. Chamar isso de crise, ou mesmo de decadência, é de um otimismo delirante. A cultura brasileira tornou-se a caricatura de uma palhaçada. É uma coisa oca, besta, disforme, doente, incalculavemente irrisória.

A inteligência, ao contrário do dinheiro ou da saúde, tem esta peculiaridade: quanto mais você a perde, menos dá pela falta dela. O homem inteligente, afeito a estudos pesados, logo acha que emburreceu quando, cansado, nervoso ou mal dormido, sente dificuldade em compreender algo. Aquele que nunca entendeu grande coisa se acha perfeitamente normal quando entende menos ainda, pois esqueceu o pouco que entendia e já não tem como comparar. Uma das coisas que me deliciam, que me levam ao êxtase quando contemplo o Brasil de hoje, é o ar de seriedade com que as pessoas discutem e pretendem sanar os males econômicos, políticos e administrativos do Brasil, sem ligar a mínima para a destruição da cultura, como se a inteligencia prática subsistisse incólume ao emburrecimento geral, como se inteligência fosse um adorno a ser acrescentado ao sucesso depois de resolvidos todos os problemas ou como se a inépcia absoluta não fosse de maneira alguma um obstáculo à conquista da felicidade geral. A prova mais evidente da insensibilidade torpe é o sujeito já nem sentir saudade da consciência que teve um dia.

Mas não, a inteligência nacional não acabou no dia em que os nossos estudantes tiraram o último lugar numa avaliação entre alunos do curso secundário de 32 países: acabou logo em seguida, quando o ministro da Educação disse que o resultado poderia ter sido pior.

Num sentido mais profundo do que o ministro imaginava, poderia mesmo. Na eleição seguinte, o país colocou na presidência um carreirista enriquecido, de terno Armani e unhas polidas, que, por orgulhar-se de jamais ler livros, foi proclamado um símbolo da autenticidade popular. A imagem era falsa, grotesca e insultuosa, mas ninguém percebeu. Se existe um grau abaixo do grotesco, porém, ele foi atingido logo em seguida, quando o escritor Raymundo Faoro, quanto mais bobo mais celebrado nas esquerdas como inteligência luminosa, sugeriu o nome do então presidenciável para ocupar uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Perto disso, tirar o último lugar num teste chegava a ser meritório.

Se o desespero dos estudantes que me escrevem viesse só da situação política, haveria esperança de saná-lo por meio da ação política. Mas a ação política é um subproduto da cultura e, no estado em que as coisas estão, nenhuma ação política inteligente, ao menos em escala federal, é previsível nas próximas duas ou três gerações. Nas próximas eleições, por exemplo, o país terá de optar novamente entre PT e PSDB, isto é, os dois filhotes monstruosos gerados no ventre da USP, a mãe da esterilidade nacional, ou como bem a sintetizou o poeta Bruno Tolentino, a “p... que não pariu”. Sim, a política brasileira virou uma imensa assembléia de estudantes da USP, com o Partido Comunista de um lado, a Ação Popular de outro, num torneio de arrogância, presunção, hipocrisia, sadismo mental, mendacidade ilimitada e estupidez sem fim. A USP levou meio século para chegar ao poder, e ainda não parou de gerar pseudo-intelectuais ambiciosos, ávidos de mandar, sedentos de ministérios. Sua obra de destruição está longe de haver-se completado.

Da política nada de bom se pode esperar num prazo humanamente suportável. Uma ação cultural de grande escala – a fundação de uma autêntica instituição de ensino superior, para contrabalançar a desgraça uspiana – também não é nada provável, dada a omissão das chamadas “elites”, sempre de rabo entre as pernas, oscilando entre lamber mais um pouco os pés da canalha petista ou apegar-se ao primeiro zesserra que apareça.

Ao estudante que consiga ainda vislumbrar o que é vida intelectual e faça dela o objetivo de sua existência, restam dois caminhos: o exílio, que pode levar ao lugar errado (a miséria brasileira nasce em Paris), e o isolamento, que pode levar os mais fracos a um desespero ainda mais profundo do que aquele em que se encontram.

A única solução viável, que enxergo, é a formação de pequenos grupos solidários, firmemente decididos a obter uma formação intelectual sólida, de início sem nenhum reconhecimento oficial ou acadêmico, mas forçando mais tarde a obtenção desse reconhecimento mediante prova de superioridade acachapante. Já não leciono no Brasil, mas a experiência mostrou que muito aluno meu, com alguns anos de aulas e bastante estudo em casa, já está pronto para dar de dez a zero, não digo em alunos, mas em professores da USP do calibrinho de Demétrio Magnoli e Emir Sader, o que, bem feitas as contas, é até luta desigual, é até covardia.

O processo é trabalhoso, mas simples: cumprir as tarefas tradicionais do estudo acadêmico, dominar o trivium , aprender a escrever lendo e imitando os clássicos de três idiomas pelo menos, estudar muito Aristóteles, muito Platão, muito Tomás de Aquino, muito Leibniz, Schelling e Husserl, absorver o quanto possível o legado da universidade alemã e austríaca da primeira metade do século XX, conhecer muito bem a história comparada de duas ou três civilizações, absorver os clássicos da teologia e da mística de pelo menos três religiões, e então, só então, ler Marx, Nietzsche, Foucault. Se depois desse regime você ainda se impressionar com esses três, é porque é burro mesmo e eu nada posso fazer por você.

Mas o ambiente universitário brasileiro de hoje é tão baixo, tão torpe, que só de a gente apresentar essa lista – o mínimo requerido para uma formação séria de filósofo ou erudito –, o pessoal já arregala os olhos de susto. Na verdade, o estudante brasileiro não lê nada, só resumo e orelha, além de Emir Sader e da dupla Betto & Boff, que não valem o resumo de uma orelha. É tudo farsa, chanchada, pose. Não há quem não saiba disso e não há quem não acabe se acomodando a essa situação como se fosse natural e inevitável. A abjeção intelectual deste país é sem fim.

MInd Map Rococó para Impressão




Mais um elemento para ser trabalhado de forma literária - Alguns livros deixam passar, mas grandes estudiosos como José Guilherme Merquior defendiam o estudo específico como estamos postando aqui. Bom estudo!




Mind Map Barroco para Impressao



Essa versão é para facilitar a impressão e o trabalho de vocês. Bom Estudo!







domingo, 15 de março de 2015

[Repost] Os olhos dos pobres


Charles Baudelaire
De Le Spleen de Paris (Les Petits Poèmes en prose), 1869.



Quer saber por que a odeio hoje? Sem dúvida lhe será menos fácil compreendê-lo do que a mim explicá-lo; pois acho que você é o mais belo exemplo da impermeabilidade feminina que se possa encontrar.

Tínhamos passado juntos um longo dia, que a mim me pareceu curto. Tínhamos nos prometido que todos os nossos pensamentos seriam comuns, que nossas almas, daqui por diante, seriam uma só; sonho que nada tem de original, no fim das contas, salvo o fato de que, se os homens o sonharam, nenhum o realizou.

De noite, um pouco cansada, você quis se sentar num café novo na esquina de um bulevar novo, todo sujo ainda de entulho e já mostrando gloriosamente seus esplendores inacabados. O café resplandecia. O próprio gás disseminava ali todo o ardor de uma estréia e iluminava com todas as suas forças as paredes ofuscantes de brancura, as superfícies faiscantes dos espelhos, os ouros das madeiras e cornijas, os pajens de caras rechonchudas puxados por coleiras de cães, as damas rindo para o falcão em suas mãos, as ninfas e deusas portando frutos na cabeça, os patês e a caça, as Hebes e os Ganimedes estendendo a pequena ânfora de bavarezas, o obelisco bicolor dos sorvetes matizados; toda a história e toda a mitologia a serviço da comilança.

Plantado diante de nós, na calçada, um bravo homem dos seus quarenta anos, de rosto cansado, barba grisalha, trazia pela mão um menino e no outro braço um pequeno ser ainda muito frágil para andar. Ele desempenhava o ofício de empregada e levava as crianças para tomarem o ar da tarde. Todos em farrapos. Estes três rostos eram extraordinariamente sérios e os seis olhos contemplavam fixamente o novo café com idêntica admiração, mas diversamente nuançada pela idade.

Os olhos do pai diziam: "Como é bonito! Como é bonito! Parece que todo o ouro do pobre mundo veio parar nessas paredes." Os olhos do menino: "Como é bonito, como é bonito, mas é uma casa onde só entra gente que não é como nós." Quanto aos olhos do menor, estavam fascinados demais para exprimir outra coisa que não uma alegria estúpida e profunda.

Dizem os cancionistas que o prazer torna a alma boa e amolece o coração. Não somente essa família de olhos me enternecia, mas ainda me sentia um tanto envergonhado de nossas garrafas e copos, maiores que nossa sede. Voltei os olhos para os seus, querido amor, para ler neles meu pensamento; mergulhava em seus olhos tão belos e tão estranhamente doces, nos seus olhos verdes habitados pelo Capricho e inspirados pela Lua, quando você me disse: "Essa gente é insuportável, com seus olhos abertos como portas de cocheira! Não poderia pedir ao maître para os tirar daqui?"

Como é difícil nos entendermos, querido anjo, e o quanto o pensamento é incomunicável, mesmo entre pessoas que se amam

5 Questões de Tovadorismo e Classicismo


Questões

  1. Segundo a citação “A reconquista do território, dominado pelos árabes desde o século VIII, faz prolongar, na nobreza ibérica, o espírito guerreiro e aventureiro das Cruzadas. Daí o gosto tardio em Portugal pelas novelas de cavalaria.” acaba por nos apresentar o nascedouro de uma das cantigas trovadorescas de ordem lírica, que seria:
    1. a cantiga de amor
    2. a cantiga de amigo
    3. a cantiga de escárnio
    4. a cantiga de maldizer
    5. a épica cavalheiresca


  1. O conceito de amor em Platão (o amor platônico na sua acepção original). O amor filosófico é o amor pela sabedoria. O amor filosófico é o meio de se atingir a imortalidade, o meio de nossas essências ou almas retornarem ao Bem e ao Belo, ao Divino. Esse caminho é possível por serem os homens dotados de almas, que na sua origem fazem parte do plano divino. O homem é um ser dúbio, ao mesmo tempo mortal, porém dotado de uma alma imortal, oriunda do Divino. Essa posição acaba por ser cristianizada por St. Agostinho resultando em:
    1. Uma preocupação que o amor carnal não nos faça perder a alma.
    2. Uma despreocupação com o ato sexual por não configurar amor.
    3. Uma tentativa de estabelecer formas de amar ao mesmo tempo físicas e espirituais
    4. Uma visão de amor social, de todos por todos.
    5. Um apelo ao sentidos e sensações do amor, que nos levariam a provar o divino.

  1. “A Ilha é, assim, o restabelecimento da Harmonia, de modo que a consagração e a transfiguração mítica dos heróis, que na ilha e pela ilha se opera, são, também e sobretudo, a recolocação do Amor, do verdadeiro Amor, como centro da Harmonia e do Mundo. A Ilha é uma catarse total, não apenas de todos os recalcamentos, mas das misérias da própria História, e das misérias da vida no tempo de Camões e fora dele. É a reconciliação, a transcendência. (SENA, 1980: 76)” Esse comentário em os Lusíadas demonstra claramente a existência, na épica camoniana.
    1. De uma tentativa de celebração da antiguidade.
    2. De uma tentativa de sincretismo entre elementos novos e antigos.
    3. De um retorno ao paganismo.
    4. De uma visão de mundo baseada no sobrenatural.
    5. De um linguagem literal, embora poética.

TEXTO PARA PRÓXIMA QUESTÃO
O Renascimento em Portugal corresponde ao período de apogeu da Nação, cujo império, à semelhança do Império inglês do século XIX, abrangia do Oriente (China, Índia) ao Ocidente(Brasil), e marca, com Camões, a plena maturação da língua portuguesa.
Sob o reinado de D. Manuel, o Venturoso, Portugal gozou de momentânea, mas intensa euforia, graças a grandes cometimentos: descoberta do caminho marítimo para as Índias, empreendida por Vasco da Gama em 1498; descobrimento do Brasil em 1500; Viagem da Circunavegação realizada por Fernão de Magalhães entre 1519 e 1520.
Destes fatos sobrevêm uma extraordinária prosperidade econômica: Lisboa transforma-se num importante centro comercial; na Corte impera o luxo desmedido, na certeza de que a Pátria houvesse chegado a uma inalterável riqueza material. Este ufanismo, contudo, vai declinando até a derrocada final de Alcácer-Kibir(ou Quibir), em 1578, com a destruição do exército português e a morte de D. Sebastião.
  1. Esses eventos acabaram por se refletir na literatura portuguesa de tal forma que:
    1. A literatura vai refletir a comoção épica gerada pelo progresso nas primeiras décadas do século XVI, mas reflete também, vez por outra, o desalento e a advertência, lúcidos perante a dúbia e provisória superioridade.
    2. A literatura pontuará um Sebastianismo tímido, receoso de ir contra o governo de Felipe de Espanha.
    3. A literatura definirá um aspecto místico no qual Portugal desdenhará de seu destino glorioso e será um país que exemplificará a humildade como missão nacional.
    4. A literatura será libertina, desaguando num Iluminismo teísta avant la lettre (antes de todos os outros)
    5. a literatura definirá um ascetismo cristão, influenciando até mesmo poetas brasileiros como Gregório de Matos Guerra.

  1. Segundo George Duby a literatura dos jogos corteses é “um jogo de homens, especialmente masculino, como al iás é masculina toda literatura que expõe suas regras e que praticamente só exalta os valores viris. Nesse jogo, a mulher é um chamariz (...); el a constitui o prêmio de uma competição, de um concurso permanente entre homens jovens da corte, atiçando entre eles a emulação, canalizando sua for ça agressiva,disciplinando-os, domesticando-os. O “amor delicado” (entenda-se amor cortês) civiliza, ele constitui uma das engrenagens essenciais do sistema pedagógico da qual a corte principesca é o centro. É um exercício necessário à juventude, uma escola. Nessa escola, a mulher ocupa o lugar de mestra. Ela ensina melhor porque estimula o desejo. Convém, portanto que ela se recuse e, sobretudo que seja inacessível . (DUBY, 1982, p. 38)” Esse posicionamento demonstra que o amor platônico servia ao mesmo tempo de:
    1. visão realista dos males femininos e da força da punição senhorial.
    2. garantia religiosa quanto à luxúria e ensino da força da divisão estamental.
    3. ideia profana de posse espiritual e poder da mulher sobre o homem.
    4. desejo de senhor melhor à dama e ao seu senhor.
    5. divertimento e acesso da baixa nobreza ao mundo da alta nobreza.





      GABARITO:

      B - A - B - A - B (Uma brincadeira com a rima clássica ;-) )

sábado, 14 de março de 2015

MindMap Barroco

Dêem uma boa olhada neste mindmap e não se esqueçam que o principio básico do barroco é a luta pelo poder...




quarta-feira, 4 de março de 2015

Mind Map Classicismo

Boa dia a todos

Estou relocando algumas coisas no blog, tentando manter em dia as novidades

Por enquanto farei os uploads do mindmaps para ajudar vocês nos estudos

Um abraço.





Exibindo SimpleMind Mind Map - 1 Classicismo

domingo, 1 de março de 2015

Questões Quinhentismo


1. (G1 - ifsp 2014) Leia um trecho do poema Ilha da Maré, do escritor brasileiro Manuel Botelho de Oliveira.

E, tratando das próprias, os coqueiros,
galhardos e frondosos
criam cocos gostosos;
e andou tão liberal a natureza
que lhes deu por grandeza,
não só para bebida, mas sustento,
o néctar doce, o cândido alimento.
De várias cores são os cajus belos,
uns são vermelhos, outros amarelos,
e como vários são nas várias cores,
também se mostram vários nos sabores;
e criam a castanha,
que é melhor que a de França, Itália, Espanha.

(COHN, Sergio. Poesia.br Rio de Janeiro: Azougue, 2012.)

Podemos relacionar os versos desse poema ao Quinhentismo Nacional, pois
a) o eu lírico repudia a presença de colonizadores portugueses em nossa terra.
b) a fauna e a flora tropicais são descritas de maneira minuciosa e idealizada.
c) o poeta enriqueceu devido à exportação de produtos brasileiros para a metrópole.
d) a exuberância e a diversidade da natureza tropical são exaltadas pelo poeta.
e) a natureza farta e bela é o cenário onde ocorrem os encontros amorosos do eu lírico.
2. (Udesc 2012) O movimento literário que retrata as manifestações literárias produzidas no Brasil à época de seu descobrimento, e durante o século XVI, é conhecido como Quinhentismo ou Literatura de Informação.

Analise as proposições em relação a este período.

I. A produção literária no Brasil, no século XVI, era restrita às literaturas de viagens e jesuíticas de caráter religioso.
II. A obra literária jesuítica, relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas, raramente assume um caráter apenas artístico. O nome mais destacado é o do padre José de Anchieta.
III. O nome Quinhentismo está ligado a um referencial cronológico — as manifestações literárias no Brasil tiveram início em 1500, época da colonização portuguesa — e não a um referencial estético.
IV. As produções literárias neste período prendem-se à literatura portuguesa, integrando o conjunto das chamadas literaturas de viagens ultramarinas, e aos valores da cultura greco-latina.
V. As produções literárias deste período constituem um painel da vida dos anos iniciais do Brasil colônia, retratando os primeiros contatos entre os europeus e a realidade da nova terra.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
c) Somente as afirmativas I, II, III e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
3. (Ufjf 2003) Com os versos "Cantando espalharei por toda a parte, / Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.", Camões explica que o propósito de "Os Lusíadas" é divulgar os feitos portugueses. Sobre esse poema épico, só é INCORRETO afirmar que:
a) se trata da maior obra literária do quinhentismo português.
b) Camões sofre a clara influência dos clássicos greco-latinos.
c) há forte presença do romantismo, devido ao nacionalismo.
d) como epopeia moderna, há momentos de crítica à nação e ao povo.
e) louva não apenas o homem português, mas o homem renascentista.
4. (Mackenzie 1996) Assinale a alternativa INCORRETA.
a) Na obra de José de Anchieta, encontram-se poesias seguindo a tradição medieval e textos para teatro com clara intenção catequista.
b) A literatura informativa do Quinhentismo brasileiro empenha-se em fazer um levantamento da terra, daí ser predominantemente descritiva.
c) A literatura seiscentista reflete um dualismo: o ser humano dividido entre a matéria e o espírito, o pecado e o perdão.
d) O Barroco apresenta estados de alma expressos através de antíteses, paradoxos, interrogações.
e) O Conceptismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, culta, extravagante, enquanto o Cultismo é marcado pelo jogo de ideias, seguindo um raciocínio lógico, racionalista.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Na(s) questão(ões) a seguir julgue os itens e escreva nos parênteses (V) se for verdadeiro ou (F) se for falso.



5. (Ufmt 1996) Leia o texto.


As produções do quinhentismo brasileiro podem ser circunscritas, por convenção, entre a "Carta", de Caminha, e a publicação, em 1601, do poema épico "Prosopopeia", de Bento Teixeira, que inicia o período do Barroco colonial.
(Abdala Júnior, Benjamin e Campedelli; Samyra Y. "Tempos da Literatura Brasileira". SP, Ática, 1985.)


As afirmações a seguir relacionam-se com a época descrita acima. Julgue-as.


( ) Os jesuítas tiveram grande importância nessa época pois eram praticamente os únicos responsáveis pela atividade intelectual da colônia.
( ) "Diálogo sobre a conversão do gentio", de José de Anchieta, é a principal obra literária quinhentista brasileira.
( ) Surgiu nesse século o sentimento nativista que foi desenvolvido mais tarde pelos românticos e pelos modernistas.
( ) das tendências contemporâneas modernistas.
( ) da primeira geração modernista.
( ) da segunda geração modernista.
( ) do parnasianismo.
( ) do dadaísmo.

Gabarito:

Resposta da questão 1:
[D]

[A] Nos versos acima, não há menção a respeito da colonização portuguesa no Brasil.
[B] O poema descreve as qualidades do coco e do caju brasileiros.
[C] Trata-se de um poema, não de um anúncio, portanto, é impossível saber do enriquecimento do poeta.
[D] Correta. As qualidades de dois frutos tropicais tão brasileiros são exaltadas através dos versos, aproximando o poema das descrições locais típicas dos poemas Quinhentistas.
[E] Não há menção de nenhum encontro amoroso.

Resposta da questão 2:
[C]

Todas as proposições são corretas, exceto a IV que erroneamente associa literaturas de viagens ultramarinas a valores da cultura greco-latina. A literatura de viagens e a de catequese são representativas dos ideais expansionistas do governo  português durante o século XVI, período cronológico também denominado de Quinhentismo. Enquanto a “de Informação” ou “de Viagem” era produzida por viajantes cujo objetivo era captar interessados para investimentos nas novas terras", a literatura jesuítica visava à conquista espiritual, num movimento executado pela Companhia de Jesus sob os preceitos da Contrarreforma e que tem no padre José de Anchieta o seu mais fiel representante.

Resposta da questão 3:
[C]

Resposta da questão 4:
[E]

Resposta da questão 5:
V F V


Questões de Redação Narração - Descrição - Dissertação


(PUC - SP) O trecho abaixo foi extraído da obra Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.

BOTAFOGO ETC.

  "Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol. Losangos tênues de ouro bandeiranacionalizavam os verdes montes interiores. No outro lado azul da baía a Serra dos Órgãos serrava. Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gostosas. Rolah ia vinha derrapava em
 
túneis.
Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas da cidade. Didaticamente, costuma-se dizer que, em relação à sua organização, os textos podem ser compostos dedescrição, narração e dissertação; no entanto é difícil encontrar-se um trecho que seja só descritivo, apenas narrativo, somente dissertativo
  1. Levando-se em conta tal afirmação, selecione uma das alternativas abaixo para classificar o texto de Oswald de Andrade:

    a) Narrativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
    b) Dissertativo-descritivo, com predominância do dissertativo.
    c) Descritivo-narrativo, com predominância do narrativo.
    d) Descritivo-dissertativo, com predominância do dissertativo.
    e) Narrativo-dissertativo, com predominância do narrativo.


  1. Os elementos essenciais a uma descrição são:
  1. Tema central e objeto
  2. Tema central e observador
  3. Objeto e texto
  4. Objeto e proposta narrativa
  5. Observador e proposta narrativa
  1. Os termos denotativo e conotativo podem ser renomeados respectivamente de:
  1. Primitivo e derivado
  2. Simples e complexo
  3. Objetivo e subjetivo
  4. Taxonômico e superficial
  5. Primitivo e complexo
(questões 4 e 5) Analise a descrição abaixo:
Bocatorta 
Bocatorta excedeu a toda pintura. A hediondez personificara-se nele, avultando, sobretudo, na monstruosa deformação da boca. Não tinha beiços, e as gengivas largas, violáceas, com raros tocos de dentes bestiais fincados as tontas, mostravam-se cruas, como enorme chaga viva. E torta, posta de viés na cara, num esgar diabólico, resumindo o que o feio pode compor de horripilante. Embora se lhe estampasse na boca o quanto fosse preciso para fazer aquela criatura a culminância da ascosidade, a natureza malvada fora além, dando-lhe pernas cambaias e uns pés deformados que nem remotamente lembrariam a forma de um pé humano. E os olhos vivíssimos, que pulavam das órbitas empapuçadas, veiados de sangue na esclerótica amarela. E pele grumosa, escamada de escaras cinzentas. Tudo nele quebrava o equilíbrio normal do corpo humano, como se a teratologia caprichasse em criar a sua obra-prima. 
  1. De que tipo é? Qual a abordagem?
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  1. Divida a descrição acima em seus aspectos externos e internos.
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  1. Não podemos considerar parte do enfoque subjetivo:
  1. visão parcial, subjetiva e qualitativa da realidade;
  2. perspectiva artística, literária;
  3. descrição física, adjetivada
  4. linguagem figurada (conotativa);
  5. substantivos abstratos e adjetivos antepostos.
  1. Os objetos impressionam nossos sentidos com maior intensidade, provocando sensações visuais, auditivas, táteis, olfativas e gustativas, conforme a situação. Qual sensação abaixo não está representada de forma correta pelos seus exemplos?


  1. sensações visuais - Domingo festivo. Céu azul, temperatura alta, calor tropical. Grande movimentação, agitação.  Crachás.  TVs, jornais, revistas, fotógrafos, repórteres, comentaristas, cinegrafistas, cabo-men, correspondentes  estrangeiros.  Corre-corre, passa-passa.
  2. sensações auditivas - Barulho infernal. Motores roncando. A torcida vibrando, pneus cantando, câmbio engatando, carro voando, o tempo se esgotando.  A torcida delirando, a equipe comemorando.  Podium. Hino. 
  3. sensações táteis - Ao passar a mão pelo cabelo, sentiu uma coisa viscosa, mole. Tinha sido premiada!
  4. sensações olfativas - Cheiros variados:  perfumes importados, combustível, cachorro-quente, hambúrguer, batata frita e pipoca.
  5. sensações gustativas  - O ron-ponche tem um sabor adocicado. Percebe-se um gostinho de lavanda, abacaxi e no fundo, um toque de azaléia.


Veja um exemplo de descrição de pessoa:
O menino é pai do homem
"Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os gatos são menos matreiros, e, com certeza, as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha infância. Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns Iineamentos do menino.
Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de 'menino-diabo'; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce 'por pirraça'; e eu tinha apenas seis anos. (...) Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me grande admiração; e, se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos."
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas.
São Paulo: Moderna, 1994 (Coleção Travessias).
O trecho que você acaba de ler faz parte de uma narrativa em 1ª pessoa. O narrador descreve a si mesmo durante a infância. Concentra-se em definir seu comportamento e personalidade: "(...) fui dos mais malignos do meu tempo (...) e voluntarioso”: Descreve algumas de suas ações - "Esconder os chapéus das visitas" - para indicar que tinha gênio indócil e espírito robusto.
  1. Responda: A ênfase do autor repousa sobre suas:
    1. Características físicas
    2. Características relacionais
    3. Características infantis
    4. Características psicológicas.
    5. Características genéticas


Analise o texto abaixo
O grande homem da fé cristã
Considerado símbolo de fé, amor e perseverança, Jesus Cristo pode ser tomado como um dos maiores revolucionários que o mundo já conheceu. Ele provou a uma sociedade hipócrita e primitiva que um homem não se faz de seus matérias, mas do seu valor moral.
Em sua tênue expressão facial, Jesus sempre tinha um belo sorrido resplandecente. Seu carisma e simplicidade atraíram para si diversos seguidores, bem como inimigos. Ele propôs uma nova filosofia de vida, baseada no amor ao próximo, o que constratou com as leis do povo judeu, as quais se baseavam no ódio aos inimigos.
A sua crescente popularidade foi notável, principalmente entre as camadas mais pobres daquela sociedade, que o viam como um messias e adotaram suas palavras como religião. Nascia aí o Cristianismo, que em princípio fora duramente reprimido pelo governo romano, o qual dominava, naquela época, a Palestina. Indo de encontro aos interesses de Roma, e atraindo para si cada vez mais seguidores, mesmo fora daquela região, Jesus Cristo findou sua vida por meio da mais extrema penalidade que poderia ser aplicada a um réu: a crucificação.
Adjetivar Jesus Cristo grandiosamente tornar-se-ia uma forte digressão, todavia deve-se por no devido relevo o grande legado deixado por ele pra as religiões cristãs. Por seus constantes exemplos de amor ao próximo, de humildade e simplicidade, Cristo pode ser tido como modelo de perfeição mortal entre os homens.
Diógenes D´Arce Cardoso Luna
  1. A descrição acima é objetiva ou subjetiva? Quais ideias ou termos o autor está utilizando que podem dar essa interpretação?
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  1. Aproveite o tema e crie uma descrição simplesmente objetiva de Jesus Cristo como personagem histórico
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  1. Faça a descrição objetiva de uma pessoa conhecida, coloque o nome de antemão e escreva as características (especialmente do rosto).
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(Ueg 2012) ANALISE O POEMA PARA RESPONDER AO ITEM ABAIXO.

Poema tirado de uma noticia de jornal
Manuel Bandeira
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.

Estrela da vida inteira. 20. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p 136.

Com base na análise do poema,
  1. O poema contém, além de lirismo, elementos narrativos e descritivos. Transcreva um verso que apresente elementos descritivos.
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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Apenas uma ponte


Chegara, enfim, o último dia de aula. Havia sido uma longa trajetória até ali. Mas, agora, o professor observava com ternura os alunos à sua frente, cada um voltado para seu caderno, fazendo a lição que colocaria ponto final no ano letivo. Então, agarrado à calmaria daquela hora, ele se recordou do primeiro encontro com o grupo. Todos o miravam com curiosidade, ansiosos por apanhar, como uma fruta, o conhecimento que imaginavam lhe pertencia. Nem tinham ideia de que aprenderiam por si mesmos, e que ele, mestre, não era a árvore da sabedoria, mas apenas uma ponte que os levaria à sua copa frondosa. Naquele dia, experimentara outra vez a emoção de se deparar com uma nova turma, e o que o motivava a ensinar, com tanta generosidade, era justamente o desafio de enfrentar esse mistério. Sim, uma ponte. Uma ponte por onde transitassem os sonhos daquelas crianças, o movimento incessante de seus desejos, o ir e vir de suas dúvidas, o vaivém do aprendizado em constante algaravia.
Lembrou-se da dificuldade da Julinha nas operações de multiplicar. O resultado correto era um território que ela nem sempre conseguia atingir. Mas, agora, a garota estava lá, segura da direção que deveria tomar. Ele fizera a ponte. O que dizer da distância entre o José e o Augusto no início do ano, ambos se temendo em silêncio, deixando de desfrutar da aventura de uma grande amizade? Com paciência, ele os unira. Desde então, não se desgrudavam. Podia vê-los dali, de sua mesa, um ao lado do outro, concentrados em fazer a tarefa. Já a Maria Sílvia, dona de uma letra redondinha, ainda há pouco lhe dera um sorriso. Antes, contudo, vivia irritada, a letra sem apuro, só garranchos. Fizera a ponte para ela. Mateus, à sua frente, detestava Ciências e fugia das aulas no laboratório. Talvez porque só via dificuldade na travessia e não as maravilhas que o esperavam no outro extremo. O professor estendera-lhe a mão e o conduzira, até que, subitamente, ele se tornara o melhor aluno naquela matéria. Tinha também a Alessandra, tão silenciosa e tímida. Ia bem nos primeiros meses e, depois, o rendimento caíra. Ele descobrira que os pais dela viviam em conflito. Alertara-os para que dessem mais afeto à filha, e eis que ela florescera, voltando a ser uma boa aluna.
E lá estava, nas últimas fileiras, o Luís Fábio. Notara suas limitações e construíra uma ponte especial para ele, mas o menino não conseguira atravessá-la. Era assim: para alguns, bastavam uns passos; para outros, o percurso se encompridava. O professor suspirou. Fizera o seu melhor. Lembrou-se das palavras de Guimarães Rosa: "Ensinar é, de repente, aprender". Sim, aprendera muito com seus alunos. Inclusive aprendera sobre si mesmo. Aquelas crianças haviam, igualmente, ligado pontos em sua vida. Agora, seguiriam novos rumos. Haveriam de encontrar outras pontes para superar os abismos do caminho. Ele permaneceria ali, pronto para levar uma nova classe até a outra margem. E o tempo, como um viaduto, haveria de conduzi-lo à emoção desse novo mistério.
CARRASCOZA J. Apenas uma ponte. Disponível em: <http://novaescola.abril.uol.com.br.> Acesso em: 14 de ago. 2003. Layout adaptado.


  1. (Ufrn 2004) Considere o trecho:


"Chegara, enfim, o último dia de aula. HAVIA SIDO uma longa trajetória até ali. Mas, agora, o professor OBSERVAVA com ternura os alunos à sua frente, cada um voltado para seu caderno, fazendo a lição que colocaria ponto final no ano letivo. Então, agarrado à calmaria daquela hora, ele se RECORDOU do primeiro encontro com o grupo. Todos o MIRAVAM com curiosidade [...]".


No que se refere às quatro formas verbais em destaque, é correto afirmar que
a) a terceira assinala narração e as demais assinalam descrição.
b) a primeira assinala narração e as demais assinalam descrição.
c) a primeira e a segunda assinalam descrição e as últimas assinalam narração.
d) a terceira e a quarta assinalam descrição e as primeiras assinalam narração.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Os Músicos


"Faz calor. Os grandes espelhos da parede vieram da Europa no fundo do porão; cristal puro. 'Tua vó fez risinhos e boquinhas, namorou dentro desse espelho'. Respondo: 'Minha avó nunca viu esse espelho, ela veio noutro porão'. Nesse instante chegam os músicos, três: piano, violino, bateria; o mais moço, o pianista tem quarenta anos, mas é também o mais triste, um rosto de quem vai perder as últimas esperanças, ainda tem um restinho mas sabe que vai perdê-las num dia de calor tocando os Contos dos Bosques de Viena, enquanto lá embaixo as pessoas comem bebem suam sem ao menos por um instante levantar os olhos para o balcão onde ele trabalha com os outros dois: Stein, no violino - cinquenta e seis anos, meio século atrás: espancado com uma vara fina, trancado no banheiro, privado de comida 'nem que eu morra você vai ser um grande concertista' e quando Sara, sua mãe, morreu, ele tocou Strauss no restaurante com o coração cheio de alegria - Elpídio na bateria, cinquenta anos, mulato, coloca um lenço no pescoço para proteger o colarinho, o gerente não gosta mas ele não pode mudar de camisa todos os dias, tem oito filhos, se fosse rico - 'fazia filho na mulher dos outros, mas sou pobre e faço na minha mesmo' - e todos começam, não exatamente ao mesmo tempo, a tocar a valsa da Viúva Alegre. Na mesa ao lado está o sujeito que é casado com a Miss Brasil. Todas as mesas estão ocupadas. Os garçons passam apressados carregando pratos e travessas. No ar, um grande borborinho."
(Ruben Fonseca, LÚCIA MCCARTNEY)



  1. (Fatec 1999) Com base nesse texto é correto afirmar que:
a) As ações ganham relevo e determinam a estrutura do texto, em que as personagens se colocam vivas diante do processo narrativo.
b) O que mais determina o texto são as reflexões, as ideias discutidas ao longo dele, o que lhe confere teor dissertativo.
c) Trata-se de um misto de narração e dissertação em que as ações das personagens servem como apoio para as argumentações do comentarista.
d) Predomina o caráter descritivo, o que se constata sobretudo pelos substantivos, adjetivos e mesmo verbos que auxiliam na caracterização do ambiente.
e) Apesar dos aspectos descritivos, o elemento determinante do texto é a narração, principalmente no que diz respeito à caracterização física dos músicos.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
BOTAFOGO ETC


"Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol.
Losangos tênues de ouro bandeiranacionalizavam o verde dos montes interiores.
No outro lado azul da baía a Serra dos Órgãos serrava.
Barcos. E o passado voltava na brisa de baforadas gostosas. Rolah ia vinha derrapava entrava em túneis.
Copacabana era um veludo arrepiado na luminosa noite varada pelas frestas da cidade."



  1. (Pucsp 1997) Didaticamente, costuma-se dizer que, em relação a sua organização, os textos podem ser compostos de descrição, narração e dissertação; no entanto é difícil encontrar-se um trecho que seja só descritivo, apenas narrativo, somente dissertativo.
Levando-se em conta tal afirmação, selecione uma das alternativas a seguir para classificar o texto de Oswald de Andrade.
a) Narrativo-descritivo, com predominância do descritivo
b) Dissertativo-descritivo, com predominância do dissertativo
c) Descritivo-narrativo, com predominância do narrativo
d) Descritivo-dissertativo, com predominância do dissertativo
e) Narrativo-disertativo, com predominância do narrativo
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Durante este período de depressão contemplativa uma coisa apenas magoava-me: não tinha o ar angélico do Ribas, não cantava tão bem como ele. Que faria se morresse, entre os anjos, sem saber cantar?
Ribas, quinze anos, era feio, magro, linfático. Boca sem lábios, de velha carpideira, desenhada em angústia - a súplica feita boca, a prece perene rasgada em beiços sobre dentes; o queixo fugia-lhe pelo rosto, infinitamente, como uma gota de cera pelo fuste de um círio...
Mas, quando, na capela, mãos postas ao peito, de joelhos, voltava os olhos para o medalhão azul do teto, que sentimento! que doloroso encanto! que piedade! um olhar penetrante, adorador, de enlevo, que subia, que furava o céu como a extrema agulha de um templo gótico!
E depois cantava as orações com a doçura feminina de uma virgem aos pés de Maria, alto, trêmulo, aéreo, como aquele prodígio celeste de garganteio da freira Virgínia em um romance do conselheiro Bastos.
Oh! não ser eu angélico como o Ribas! Lembro-me bem de o ver ao banho: tinha as omoplatas magras para fora, como duas asas!


(O ATENEU. Raul Pompéia)



  1. (Faap 1997) O texto que você leu, é o retrato de Ribas. Predomina nele:
a) a Dissertação
b) a Narração
c) a Redação epistolar
d) A Descrição
e) a Poesia

  1. (Ufpr 2003)
O mecânico José Pereira, proprietário da oficina da foto, decidiu fazer uma reforma de seu estabelecimento, que, além dos serviços já anunciados na pintura da parede, passará a fazer também consertos de caminhões. A divulgação dos serviços prestados passará a ser feita através de um texto publicado no jornal local, melhorando com isso a imagem da oficina.


Escreva um texto de até 5 linhas para a divulgação dos serviços prestados pela oficina mecânica, que deve incluir não só os já anunciados na parede, mas também a notícia da reforma e da nova atividade. O texto, para ser publicado no jornal, deve ser redigido segundo as normas do português padrão escrito.
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(Fuvest 1997)
TEXTO PARA AS DUAS PRÓXIMAS QUESTÕES


Ser consciente é talvez um esquecimento.
Talvez pensar um sonho seja, ou um sono.
Talvez dormir seja, um momento,
Voltar o 'spirito nosso a ser dono.
[Fernando Pessoa]


  1. O trecho anterior, do ponto de vista da composição, classifica-se como descritivo, narrativo ou dissertativo?
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  1. Justifique sua resposta, transcrevendo pelo menos dois elementos do texto.
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  1. Considera-se que no enfoque subjetivo a realidade descrita não é apenas observada pelo autor, é também sentida. O objeto descrito apresenta-se transfigurado de acordo com a sensibilidade de quem o descreve. O autor procura transmitir a impressão, a emoção que a realidade lhe causa. São suas características, exceto

  1. visão parcial, subjetiva e qualitativa da realidade;
  2. perspectiva artística, literária;
  3. linguagem figurada (conotativa);
  4. fixação pelas formas e cores do objeto
  5. substantivos abstratos e adjetivos antepostos.