Malthus Gonçalves
O homem ama. Premissa indiscutível. Então, quando o homem aprendeu a expressar-se, o que fez? Expressou o amor. Expressou a necessidade de sentir-se não apenas individual, mas especial.
Quando começou a produzir o homem fez-se notar pelo objeto amado através de uma linguagem especial: a literatura. Essa literatura, agora, é um meio no qual o homem seduz a mulher, leva-a a sonhar, prepara-a para a conquista. Torna o ato da conquista mais sofisticado, fazendo dele por vezes um fim em si mesmo.
Dado o que foi dito pode-se perceber que o amor literário existe desde que se começou a escrever, sendo que começamos a ter suas noções mais acabadas em obras da era clássica e do oriente. Da era clássica temos como dois grandes exemplos a “arte de amar” de ovidio e “banquete” de Platão, que mostram as concepções do Classicismo grego e romano antigo. Já no oriente podemos observar uma liberalidade que nos chega a ser constrangedora em relação ao ato da sedução. Coisa encontrada no Kama-Sutra indiano e As mil e uma noites árabe. Mas existe alguma concepção de amor literário? Não absolutamente, pois em cada era Eros se apresenta com definição e propósito diferentes. Podemos dizer que o amor de Dante por Beatriz é igual ao de Camões por sua prima Isabel eque este outro seria igual ao de Drummond por sua mulher Dolores? Podemos somente ver através desses três exemplos o quanto a concepção literária vigente à época sobre o amor influenciava as pessoas em seus relacionamentos cotidianos e obviamente esse cotidiano foi formador da obra individua de cada um.
Devemos ver o quanto se vendo o sonho, o quanto o amor literário foi influenciado pelas épocas e transformações a que os homens passaram na história. O amor literário já foi Homossexual (platão), Divino (Gênesis), Desobediente (Dante), Impossível (Shakespeare), Erótico (Bocaccio), Romântico (Goethe), Estético (Kerkeergard), Pornográfico (Henry Miller) etc. Em todas essas correntes há um conceito de amor, há uma definição – seja justa ou injusta, honorífica ou depreciativa – do que seja a causa de se escrever sobre o amor.
Mas, antes de tudo, devemos ter em mente que, como escrito no 2 parágrafo a literatura deve muito de seu poder e de seu crescimento à propagação das ideias sobre amor, nas histórias de amores mal resolvidos, seus desencontros, seus adultérios, suas impossibilidades....
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