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Semana 1
- (UFRGS 2009) Os Sertões, de Euclides da Cunha, é uma obra que
(A) narra um episódio de messianismo ocorrido em vilarejos do interior de Pernambuco e do Sergipe no início do século XX.
(B) narra a formação e a destruição de um povoado sertanejo liderado por Antônio Conselheiro na segunda metade do século XIX.
(C) denuncia a ocupação de um povoado sertanejo por forças armadas de Pernambuco e do Sergipe aliadas a jagunços locais.
(D) expõe a liderança carismática de Antônio Conselheiro em seu esforço para converter sertanejos monarquistas em republicanos.
(E) denuncia a campanha difamatória contra o exército brasileiro promovida por jornais e políticos interessados em restaurar a monarquia.
- (UFRGS 2000) Assinale com V (Verdadeiro) ou F (Falso) as afirmações abaixo sobre a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha.
( ) No texto de Euclides da Cunha, misturam- se o requinte da linguagem, a intenção científica e o propósito jornalístico.
( ) A obra euclideana insere-se numa tradição da literatura brasileira que tematiza o povoamento do sertão, iniciada ainda no Romantismo com autores como Bernardo Guimarães.
( ) Euclides da Cunha escreveu Os Sertões com base nas reportagens que realizou como correspondente do jornal O Estado de São Paulo.
( ) Antônio Conselheiro é uma personagem fictícia criada pelo imaginário do autor.
( ) O episódio de Canudos, retratado no texto de Euclides da Cunha, faz parte dos movimentos de protesto surgidos logo após a proclamação da Independência do Brasil.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(A) V - F - V - F - F.
(B) V - V - V - F - F.
(C) F - F - V - V - F.
(D) F - V - F - F - V.
(E) V - V - F - F - F.
- Observe as afirmações abaixo e associe os nomes das vanguardas européias do início do século passado com suas principais características.
1. Surrealismo
2. Futurismo
3. Dadaísmo
( ) A arte representa o movimento incansável da vida urbana.
( ) Irracionalismo interpretativo
( ) “Arte do sonho”
( ) Quebra dos valores artísticos ligados ao belo e à ideologia norteadora
( ) Representação incoerente
( ) Culto ao mundo moderno e suas representações: a máquina, a indústria, etc.
( ) Associações alucinatórias e ligação com o mundo psíquico
( ) Destruição do passado
A sequência que preenche as lacunas corretamente é, respectivamente:
(A) 2 – 3 – 1 – 3 – 3 – 2 – 1 – 2
(B) 2 – 1 – 1 – 3 – 1 – 2 – 1 – 2
(C) 2 – 2 – 3 – 3 – 3 – 2 – 1 – 2
(D) 2 – 3 – 1 – 3 – 1 – 3 – 3 – 2
(E) 3 – 3 – 1 – 2 – 3 – 2 – 1 – 3
- Sobre o Pré-modernismo são feitas as seguintes considerações:
I. É um momento cultural diversificado em termos estéticos, daí sua impossível compreensão como um estilo de época ou movimento literário.
II. Seu grande poeta foi Augusto dos Anjos, autor de linhagem predominantemente parnasiana.
III. Preconizou aspectos que seriam melhor desenvolvidos no Modernismo, em especial a temática social e o olhar para o popular, o folclórico e o rural.
IV. Tem como tendência mais marcante, na prosa de seus principais autores, o desenvolvimento da cidade, do meio urbano, e de seus “tipos sociais”.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I e II.
(B) Apenas I e III.
(C) Apenas I e IV
(D) Apenas I, II e III.
(E) Apenas I, III e IV
- (UFRGS 2000) Em relação às alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO corresponde a uma caracterização da poesia de Cecília Meireles.
(A) Culto da beleza imaterial e valorização da transcendência.
(B) Poesia universalista e de teor filosófico, em busca de um sentido da vida.
(C) Musicalidade bem construída, aliada a uma plasticidade das imagens.
(D) Ênfase do non-sense modernista e do poema-piada.
(E) Ressonâncias da tradição clássica na construção métrica.
- (UFRGS 1999 - adaptada) Assinale a alternativa incorreta sobre a obra de Manuel Bandeira.
(A) É autor de poemas como “Momento num café”, “Vou-me embora pra Pasárgada” e “Não sei dançar”.
(B) Sua poesia caracteriza-se pela obediência à tradição portuguesa, sem preocupação de encontrar formas e temas brasileiros.
(C) Os temas líricos da infância, da saudade e do amor em sua obra são repassados de invenção e incorporam elementos da oralidade e do folclore.
(D) Versos como “Estou farto do lirismo cometido / do lirismo bemcomportado”, extraídos de “Poética”, expressam uma concordância do poeta com as propostas do Modernismo.
(E) Em “Pneumotórax”, o poeta ironiza a sua própria falta de saúde e os procedimentos médicos utilizados para combater a tuberculose.
- (UFRGS 2001) Leia as estrofes abaixo, de Vinícius de Moraes, e a afirmação que as segue.
01. “Uma lua no céu apareceu
02. cheia e branca; foi quando, emocionada
03. a mulher a meu lado estremeceu
04. e se entregou sem que eu dissesse nada.
05.
06. Larguei-as pela jovem madrugada
07. ambas cheias e brancas e sem véu
08. perdida uma, a outra abandonada
09. uma nua na terra, outra no céu.”
Por meio de versos .......... em que é perceptível um lirismo.........., típico de sua poesia, Vinícius de Moraes aproxima a mulher e a lua, fundindo-as, em alguns momentos, como acontece no verso de número.......... .
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima.
(A) octossílabos – amoroso – 06
(B) heptassílabos – social – 07
(C) decassílabos – moralizante – 08
(D) octossílabos – despojado – 07
(E) decassílabos – sensual – 06
- (UFRGS 2007) Leia o poema “O Morto”, de Mario Quintana.
01. Eu estava dormindo e me acordaram
02. E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco...
03. E quando eu começava a compreendê-lo
04. Um pouco,
05. Já eram horas de dormir de novo!
Sobre o poema acima, são feitas as seguintes afirmações.
I. Ele exprime a ideia de que a vida é muito curta para se desvendarem todos os seus enigmas.
II. O espaço de tempo do poema está restrito a um dia na vida do poeta.
III. Os verbos acordar (verso 01) e dormir (verso 05) são usados como metáforas, respectivamente, do nascimento e da morte.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas I e III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.
- Assinale Verdadeiro ou Falso para o estilo Romântico:
1.( ) objetividade;
2.( ) o sexo como tema quase obrigatório;
3.( ) individualismo;
4.( ) exaltação dos sentimentos;
5.( )casamento como final feliz
6.( ) fuga da realidade;
7.( )idealização do homem: herói invencível;
8.( ) valorização das tradições;
9.( ) anticlericalismo;
10.( ) a mulher é vista como adultera, prostituta.
11. ( ) O romantismo está dividido em três fases: nacionalista, pessimista e crítica, também chamadas de nacionalista, ultrarromântica e condoreira;
12. ( ) Quanto as obras, podemos dividir o Romantismo em poesia e romance
13 ( ) No Romantismo os escritores buscaram apresentar uma visão do Brasil escrevendo sobre várias regiões ( São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Maranhão)
14. ( ) Alguns escritores como Joaquim Manoel de Macedo escrevem sobre os costumes da sociedade burguesa como a partir do livro A Moreninha
15. ( ) O período romântico tem enquanto período histórico a independência do Brasil.
16. ( ) Uma das grandes características dos romances indianistas está na exaltação do índio enquanto um herói
17. ( ) Nas obras indianistas de José de Alencar , existe uma crítica á dominação europeia
18. ( ) Dentre as obras indianistas de José de Alencar podemos citar IRACEMA E SENHORA.
19. ( ) José de Alencar também faz crítica à falsidade das pessoas, aos casamentos arranjados
20. ( ) Manuel Antônio de Almeida em sua obra Memórias de um sargento de milícias procura utilizar-se o mais fielmente possível de uma linguagem própria dos personagens que inclui na obra.
21. ( ) José de Alencar é um escritor do período romântico escrevendo sobre o índio brasileiro, embora também escreva sobre a vida na cidade
22.( ) Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães são escritores românticos da poesia nacionalista
23. ( ) O homem de todas as épocas se preocupa com a natureza. Cada período a vê de modo particular. No Romantismo, a natureza aparece como um cenário cientificamente estudado pelo homem; a natureza é mais importante que o elemento humano.
24 ( ). No Romantismo, a natureza aparece como confidente do poeta, que compartilha seus sentimentos com a paisagem; a natureza se modifica de acordo com o estado emocional do poeta.
25.( ) O sentimentalismo, a imaginação, a insatisfação, a poesia lírica e o idealismo são características do romantismo
26. ( ) No romantismo temos a caracterização do romance como forma de entretenimento e moralização.
27. ( ) O indianismo de nossos poetas românticos é uma forma de apresentar o índio como motivo estético; idealização com simpatia e piedade; exaltação da bravura, do heroísmo e de todas as qualidades morais superiores.
28. ( ) O indianismo de nossos poetas românticos é um meio de reconstruir o grave perigo que o índio representava durante a instalação da capitania de São Vicente.
29. ( ) Sobre Gonçalves Dias, é correto afirmar que é natural do Ceará, escreveu poesias sentimentais e poemas de enaltecimento do índio como, por exemplo, Timbiras.
30. ( )Na obra de Alencar, objetivando atingir a História do Brasil e a síntese de suas origens, volta-se exclusivamente para assuntos indígenas e regionalistas, sem interesse pelo romance urbano.
31. ( ) Alencar, apesar de todo o idealismo romântico, conseguiu, nas obras Lucíola e Senhora, captar e denunciar certos aspectos profundos, não comentados , da realidade social e individual, onde podemos detectar um certo realismo.
32. ( ) como no Brasil não houve período medieval, o índio era tido como o bom selvagem, o passado do Brasil numa fase em que se fazia necessário idealizar o passado a fim de garantir a valorização de aspectos de um país que recentemente adquiriu sua independência.
33.( ) A Revolução francesa com os ideais de liberdade, fraternidade, igualdade refletem a idéia dominante do romantismo influenciando o surgimento dos textos em prosa e futuramente o pessimismo dos romântico.
34. ( ) A valorização da lua, da noite, dos cemitérios, das igrejas, representam, dentro do romantismo, a valorização do sonho, da fuga e da fantasia
Semana 2
- (PUC-RS) O paralelismo, uma técnica de construção literária nas cantigas trovadorescas, consistiu em:
a) unir duas ou mais cantigas com temas paralelos e recitá-las em simultaneidade.
b) um conjunto de estrofes ou um par de dísticos em que sempre se procura dizer a mesma ideia.
c) apresentar as cantigas, nas festas da corte, sempre com o acompanhamento de um coro.
d) reduzir todo o refrão a um dístico.
e) pressupor que há sempre dois elementos paralelos que se digladiam verbalmente.
- (UFMG). Interpretando historicamente a relação de vassalagem entre homem amante/mulher amada, ou mulher amante/homem amado, pode-se afirmar que:
a) o Trovadorismo corresponde ao Renascimento.
b) o Trovadorismo corresponde ao movimento humanista.
c) o Trovadorismo corresponde ao Feudalismo.
d) o Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser provençais.
e) tanto o Trovadorismo como Humanismo são expressões da decadência medieval.
- (UFMG). Nas mais importantes novelas de cavalaria que circularam na Europa medieval, principalmente como propaganda das Cruzadas, sobressaem-se:
a) as namoradas sofredoras, que fazem bailar para atrair o namorado ausente.
b) os cavaleiros medievais, concebidos segundo os padrões da Igreja Católica (por quem lutam).
c) as namoradas castas, fiéis, dedicadas, dispostas a qualquer sacrifício para ir ao encontro do amado.
d) os namorados castos, fiéis, dedicados que, entretanto, são traídos pelas namoradas sedutoras.
e) os cavaleiros sarracenos, eslavos e infiéis, inimigos da fé cristã.
- (OSEC-SP). Assinale a alternativa incorreta: O classicismo
a) é o estilo dominante na literatura ocidental durante o século XVI ou Quinhentismo.
b) corresponde à época do Renascimento em que se observa a recuperação dos valores culturais gregos e latinos.
c) é o estilo que incorpora os valores humanistas do Renascimento: antropocentrismo,
Racionalismo, universalismo.
d) começa no Brasil em 1500, com a Carta, de Pero Vaz de Caminha.
e) é uma época caracterizada pela rejeição dos valores religiosos da cultura medieval.
- (OSEC-SP). Relacionar:
(1) autor humanista
(2) autor clássico
( ) Erasmo de Rotherdan
( ) Luís Vaz de Camões
( ) Gil Vicente
( ) Dante Alighieri
( ) Sá de Miranda
( ) Giovanni Boccaccio
- Observe o poema de Mário Quintana e, após, assinale a afirmativa correta sobre ele.
Das utopias
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!
(A) O poema é composto por uma estrofe de 4 versos em redondilhas.
(B) Apesar do possível esquema de rimas ABAB que se pode extrair de “Das utopias”, percebemos que entre o 1º e o 3º verso há uma rima foneticamente imperfeita.
(C) É um soneto constituído de versos decassílabos.
(D) Tematiza o aspecto patético de se pensar em ideais impossíveis.
(E) Não apresenta particularidades da escansão (divisão de sílabas métricas), como a união de vogais e a eliminação de sílabas não tônicas ao final do verso.
- (UFRGS 1999 – adaptada) Sobre o Modernismo literário brasileiro, são feitas as seguintes afirmações:
- O gosto pelas experiências estéticas e a ruptura com a linguagem tradicional, características do Movimento de 22, limitaram-se às obras de poesia dos anos 20, fazendo com que o projeto modernista não fosse levado adiante de nenhuma forma.
- Juntamente com o projeto estético de renovação da linguagem, o modernismo desenvolveu um projeto ideológico, com vistas ao conhecimento e à interpretação da realidade nacional.
- A variedade de correntes e de manifestações que eclodiram no seio do Modernismo, sobretudo na sua fase inicial, pode ser comprovada em obras tanto da literatura quanto de outras artes.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.
- O poema abaixo traz algumas reflexões possíveis dentro de tal contexto do Modernismo brasileiro. Leia-o com atenção e assinale a alternativa INCORRETA que segue.
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare –
Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
(A) Ao mencionar o “lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo”, Bandeira faz uma referência quase direta aos parnasianos.
(B) Manuel Bandeira entende que a poesia deve libertar-se de amarras e conviver com a experiência subjetiva de fato, dando vazão aos sentimentos mais espontâneos.
(C) “Poética” é uma manifestação quase em tom de manifesto, recheada de críticas indiretas à poesia antiga (anterior aos modernistas).
(D) Poética é o nome dado ao um tipo de fazer artístico e como ele é produzido. Assim, o texto de Bandeira pode ser considerado a sua poética, uma vez que o autor aponta a maneira como irá compor.
(E) É possível notar, em momentos sutis, que Manuel Bandeira clama pela permanência da estética parnasiana na poesia.
Semana 3
Instrução: as duas questões a seguir referem-se à introdução abaixo e os textos que seguem.
A visão sobre a cidade é tema constante dos escritores, principalmente a partir do momento em que há o desenvolvimento do espaço urbano e a transformação das capitais em grandes metrópoles. Em diferentes momentos históricos, essa relação entre o poeta e a cidade modifica-se, de acordo com a demanda das respectivas épocas, estilos, tendências e com o sentimento geral do cidadão frente à modernidade. Leia com atenção os poemas abaixo que lidam com essa temática e as afirmações nas questões que seguem:
TEXTO 1:
“O Cisne”, Charles Baudelaire.
(...) Fecundou-me de súbito a fértil memória, Quando eu cruzava a passo o novo Carrossel. Foi-se a velha Paris (de uma cidade a história Depressa muda mais que um coração infiel) (...) Paris muda! mas nada em minha nostalgia Mudou! novos palácios, andaimes, lajedos, Velhos subúrbios, tudo em mim é alegoria, E essas lembranças pesam mais do que os rochedos. (...)
TEXTO 2:
“Ode Triunfal”, Álvaro de Campos.
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica Tenho febre e escrevo. Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! (...) Mas, ah outra vez a raiva mecânica constante! Outra vez a obsessão movimentada dos ônibus. E outra vez a fúria de estar indo ao mesmo tempo dentro de todos os comboios De todas as partes do mundo, De estar dizendo adeus de bordo de todos os navios, Que a estas horas estão levantando ferro ou afastando-se das docas. Ó ferro, ó aço, ó alumínio, ó chapas de ferro ondulado! Ó cais, ó portos, ó comboios, ó guindastes, ó rebocadores! (...)
TEXTO 3: “Não existe amor em SP”, Criolo.
Não existe amor em SP Um labirinto místico Onde os grafites gritam Não dá pra descrever Numa linda frase De um postal tão doce Cuidado com doce São Paulo é um buquê Buquês são flores mortas Num lindo arranjo Arranjo lindo feito pra você Não existe amor em SP Os bares estão cheios de almas tão vazias A ganância vibra, a vaidade excita Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel Aqui ninguém vai pro céu (...)
- A visão de Criolo converge com a nostalgia de Baudelaire, porém, este presencia a transformação do espaço urbano, aquele é testemunha da metrópole moderna já estabelecida.
- Álvaro de Campos relaciona os próprios sentimentos aos sons e movimentos da modernidade, numa espécie de ambiguidade entre o mal-estar (a raiva, a fúria) e a euforia com o que é moderno.
- Baudelaire traduz o sentimento futurista em sua poesia, ainda que seja um poeta ligado ao Simbolismo francês.
- Quais estão INCORRETAS?
(A) Apenas I e II.
(B) Apenas II.
(C) Apenas II e III.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.
- Charles Baudelaire refere-se às próprias lembranças nostálgicas da “velha Paris” como “alegoria”. Uma dessas alegorias que pode ser extraída do poema é a visão do Carrossel, que, no seu giro, demonstra a passagem do tempo; ou, ainda, o “coração infiel”, dada sua natureza inconstante.
- A visão de Criolo se contrapõe aos versos de Álvaro de Campos, pois, para este, os movimentos e o dinamismo da modernidade servem de inspiração para a revelação de seus pensamentos e, mesmo “rangendo os dentes”, o poeta aponta para a “beleza” da necessidade de escrever poeticamente; para Criolo, as manifestações do espaço urbano e a visão sobre a cidade demonstram opressão, degradação, isolamento, como nas metáforas do buquê, da doçura e na antítese entre “bares cheios” e “almas vazias”.
- Álvaro de Campos é o heterônimo pessoano ligado às tendências do Futurismo, movimento que glorifica tudo aquilo que é moderno, logo, compreende-se a mistura de sentimentos humanos e os elementos ligados ao mundo moderno; a partir de um determinado momento, há a submissão do homem à maquina, o que reforça o tom de culto expresso no título “Ode Triunfal”.
- Quais estão corretas?
(A) Apenas I e II.
(B) Apenas II.
(C) Apenas II e III.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.
- (ENC-SP) Se o teatro vicentino é acentuadamente religioso e medievalizante, como se explica sua classificação nos limites do Humanismo? Se partir de O Auto da Barca do Inferno, responda mediante a alternativa correta:
a) analisa o homem em suas relações sociais, nas busca do melhor caminho para o encontro com Deus e a moralidade religiosa.
b) analisa o homem em suas relações com Deus, na busca do melhor caminho para o encontro com o semelhante.
c) investiga o homem em suas relações com a igreja, destacando a crítica aos padres que não se voltam para os valores humanos.
d) analisa o homem em suas relações com a nobreza, o clero e o povo, tendo em vista a vida transitória da religião e do mercado ascendente.
e) critica a igreja, ao defender com entusiasmo os princípios reformistas disseminados pela Reforma protestante.
- (UFSC) Marque a alternativa incorreta a respeito do Humanismo:
a) época de transição entre a Idade Média e o Renascimento.
b) o teocentrismo cede lugar ao antropocentrismo.
c) Fernão Lopes é o grande cronista da época.
d) Garcia de Resende coletou as poesias da época, publicadas em 1516 com o nome de Cancioneiro Geral.
e) a Farsa de Inês Pereira é a obra de Gil Vicente cujo assunto é religioso, desprovido de crítica social.
- (FUVEST). Assinale a (s) alternativa (s) incorreta (s) sobre Os Lusíadas:
a) ( ) herói coletivo – o povo português; herói individual – Vasco da Gama.
b) ( ) modelo: A Eneida de Virgílio; seguido das epopeias de Homero: A
Ilíada e A Odisseia.
c) ( ) estrutura clássica, 5 partes, dez cantos, 1.102 estrofes, em oitava-rima (ABABABCC), versos decassílabos heroicos.
d) ( ) concomitância do “maravilhoso”, pagão e cristão; da ideologia burguesa, expansionista e do espírito de cruzada medieval; do épico e do lírico; do plano histórico e do mitológico.
e) ( ) a narrativa inicia-se já no meio da ação (viagem de Vasco da Gama às Índias).
f ) ( ) na proposição o poeta privilegia: os navegadores (“as armas e os barões”); os reis de Portugal (“e as memórias gloriosas daqueles Reis que foram dilatando a fé”); e os heróis da pátria (“aqueles que se vão da lei da morte libertando”).
g) ( ) apesar de refletir a ideologia do Renascimento há em alguns episódios como Os Doze Pares da Inglaterra e O Velho do Restelo forte presença da mentalidade e gosto medievais.
h) ( ) na Literatura Brasileira, obras como: Prosopopeia (Bento Teixeira), Vila Rica (Cláudio M. Da Costa), Caramuru (Santa Rita Durão), Uraguai (Basílio da Gama – de forma não-sistemática), A Confederação dos Tamoios (Gonçalves de Magalhães) e até Invenção do Orfeu (do modernista Jorge de Lima) – refletem, em maior ou menor grau, a influência de Os Lusíadas.
- (OSEC-SP) Leia o texto com atenção:
Cessem do sábio Grego e do
[Troiano
As navegações grandes que
[fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram.
Que eu canto o peito ilustre lusitano
A quem Netuno e Marte
[obedeceram.
Cesse tudo que a antiga Musa canta
Que outro valor mais alto se
[alevanta!
(Camões, Os Lusíadas, Canto I, estrofe IV)
Assinale a alternativa incorreta acerca do texto acima:
a) a estrofe acima corresponde à 1ª parte do poema (Proposição) e indica
a matéria épica de Os Lusíadas.
b) o verso empregado na estrofe acima é o decassílabo (ou verso de medida nova), verso tipicamente clássico.
c) a estrofe acima recebe o nome de oitava rima ou oitava real (8 versos decassílabos com esquema de rima ab/ab/ab/cc).
d) o subjetivismo do texto fica no emprego da 1ª pessoa (que caracteriza a função emotiva da linguagem, típica do Classicismo).
e) Netuno e Marte são figuras mitológicas que indicam que o maravilhoso presente no texto é o maravilhoso pagão (mitologia greco-latina), índice do Classicismo do trecho.
- (OSEC-SP). Assinale a alternativa correta, em relação às características do classicismo:
a) subjetivismo, função emotiva da linguagem, idealização, escapismo, mal do século e nacionalismo.
b) objetivismo, descritivismo, busca da forma perfeita, aproximação de poesia e arte plásticas, não-envolvimento emocional, temas arqueológicos, estética de nomeação.
c) objetividade, racionalismo, universalismo, antropocentrismo, retomada de valores grego-latinos, referencialidade, harmonia e equilíbrio.
d) estética de sugestão, musicalidade, temas vagos e místicos, conotação, sinestesia, não-separação de sujeito-objeto.
e) dualismo, fusionismo, uso do contraste, bifrontismo, metalinguagem, excesso de figuras de linguagem.
- (OSEC-SP) Coloque V (para Verdadeiro) ou F (para Falso), com relação à estética Clássica:
( ) os padrões estéticos clássicos derivam de uma concepção de vida teocêntrica.
( ) ao Misticismo e Ascetismo Medievais substitui o Paganismo, introduzindo novamente a mitologia greco-latina nas artes.
( ) as obras clássicas apresentam uma linguagem popular, sendo, por isso, acessíveis a todos.
( ) por bifrontismo da obra camoniana se entende a participação do ideário medieval e dos valores clássicos.
- (UFPR) Os trechos abaixo foram retirados, respectivamente, das obras de Mário de Andrade e de Camões:
No outro dia o herói acordou muito constipado. Era porque apesar do calorão da noite ele dormira de roupa com medo da Caruviana que pega indivíduo dormindo nu. Mas estava muito ganjento com o discurso da véspera. Esperou impaciente os quinze dias da doença resolvido a contar mais casos pro povo. Porém quando se sentiu bom era manhãzinha e quem conta istórias de dia cria rabo de cutia.
(...)
Que eu canto o peito ilustre
[Lusitano
A quem Neptuno e Marte
[obedecerão;
Cesse tudo o que a Musa antiga
[canta,
Que outro valor mais alto se
[alevanta.
......................................................
E não menos certíssima
[Christandade,
Vós, ó novo temor da Maura lança,
Maravilha fatal da nossa idade,
Dada ao mundo por Deos, que
[todo o mande
(...)
Encontramos neles aspectos que caracterizam o movimento modernista brasileiro e o classicismo\português, tais como:
a) miscigenação de superstições, provérbios e anedotas — coexistência de entidades mitológicas com a tradição monoteísta herdada da Idade Média.
b) problematização social vista às avessas através do humor — coexistência de entidades mitológicas com a tradição politeísta herdada da Idade Média.
c) ridicularização do homem através das tradições históricas — exaltação do homem por seus feitos históricos.
d) problematização social vista às avessas através do humor — exaltação do homem por seus feitos históricos.
e) comparação do homem a seres folclóricos — comparação do homem a seres mitológicos.
Semana 4
- (UFRGS 2000 – adaptada) Assinale a alternativa INCORRETA.
(A) O Modernismo brasileiro de 1922 teve, entre outros objetivos, as renovações formais, expressas em prefácios, manifestos, poemas e romances.
(B) Manuel Bandeira, poeta nascido em Recife, abordou em sua obra múltiplos temas aos quais, algumas vezes, atribuiu caráter autobiográfico.
(C) Vinicius de Moraes, autor de “Soneto de fidelidade” e “Soneto de separação”, também escreveu poemas infantis e a peça de teatro Orfeu da Conceição.
(D) Carlos Drummond de Andrade, autor de A Rosa do povo, caracteriza-se pela construção de uma poética rigorosa e pela desatenção aos temas do cotidiano.
(E) João Cabral de Melo Neto destaca-se na literatura brasileira pelo desinteresse em relação ao saudosismo e ao confessionalismo característicos da tradição lírica em língua portuguesa, visto sua tendência à objetividade poética.
Instrução: os excertos abaixo servem de suporte às afirmações das duas questões que seguem. Leia-os com atenção, bem como o que é dito sobre eles.
Vai minha tristeza,
E diz a ela que sem ela não pode ser,
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse, porque eu não posso mais sofrer.
Chega de saudade
A realidade é que sem ela não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca, dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim. (...) (Chega de saudade)
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não (...)
Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não ...
Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida –
Cuidado, companheiro!
A vida não é de brincadeira, não
A vida é uma só
Duas mesmo que é bom ninguém vai me provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do Céu
E assinada em baixo: “Deus” –
E com firma reconhecida
A vida é a eterna arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida (...) (Samba da Benção)
- “Chega de saudade” marca uma cisão efetiva com o modelo tristonho e melancólico dos sambas-canção dos anos de 1950, pois propõe, em sua letra, justamente uma maneira mais otimista de se ver a vida.
- O otimismo é uma máxima em “Samba da Benção”; somado ao mesmo aspecto observado na ingenuidade de muitas canções da Bossa Nova, podemos associar tal aspecto ao pós-guerra e à euforia da modernidade brasileira dos anos JK
- A estrutura da letra de “Chega de saudade” sugere um comportamento do eu-lírico que vai de uma postura à outra que se coloca em oposição à primeira. Essa presença da antítese como figura de linguagem, entretanto, não é perceptível em “Samba da Benção”, uma canção nitidamente mais madura nesse sentido.
- Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II.
(E) I, II e III.
- Uma ruptura básica demonstrada pela estética bossanovista encontra-se na utilização do coloquialismo, como podemos ver nos diminutivos de “Chega de saudade” e na ironia de “Samba da Benção”.
- Em “Samba da Benção”, Vinicius de Moraes ilustra com muita informalidade a importância de se dar valor à família.
- Em “Samba da Benção”, apesar de tudo, predomina uma visão desencantada de mundo quando vemos que o autor insiste que sempre perduram os “desencontros” da vida.
- Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas III.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.
- (UFRGS 2005) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem. Ao concretizar o projeto de um poeta múltiplo, Fernando Pessoa cria ...... com diferentes ...... , entre os quais Ricardo Reis e Álvaro de Campos, com obras de tendência, respectivamente, ...... e ...... .
(A) pseudônimos – imagens – clássica – simbolista
(B) heterônimos – linguagens – neoclássica – modernista
(C) pseudônimos – estilos – simbolista – modernista
(D) heterônimos – temáticas – romântica – futurista
(E) heterônimos – visões de mundo – surrealista – vanguardista
- (UFRGS 2000) Quanto à criação de heterônimos de Fernando Pessoa, considere as seguintes afirmações.
- Alberto Caeiro, autor do O Guardador de Rebanhos, é o poeta integrado à natureza.
- Os heterônimos, marca da obra pessoana, caracterizam-se por adotarem estilos diferentes.
- Ricardo Reis, autor de odes de modelo clássico, distingue-se pela temática urbana de seus poemas.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas III.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas I e III.
(E) I, II e III.
- (UFRGS 2004 - adaptada) Assinale a alternativa INCORRETA em relação ao processo heteronímico de Fernando Pessoa.
(A) Alberto Caeiro dá muito valor às coisas concretas e recusa a metafísica.
(B) Ricardo Reis é o poeta da temática e linguagem clássicas, sendo sua obra repleta de temas como o paganismo, o destino e a morte.
(C) Álvaro de Campos é o poeta da temática futurista, vive a euforia, mas também a melancolia da modernidade.
(D) Fernando Pessoa traz em sua poesia a temática da dor, do ceticismo, do idealismo, da melancolia e do tédio.
(E) Fernando Pessoa, o ortônimo, é, a exemplo de Ricardo Reis, um poeta neoclássico preocupado com a brevidade da vida.
- (UFRGS 2002) Leia o poema abaixo, do heterônimo Ricardo Reis. “Tão cedo passa tudo quanto passa! Morre tão jovem ante os deuses quanto Morre! Tudo é tão pouco! Nada se sabe, tudo se imagina. Circunda-te de rosas, ama, bebe E cala. O mais é nada.”
Em relação ao poema, considere as afirmações abaixo.
- Trata-se de uma ode do heterônimo clássico de Fernando Pessoa; daí a linguagem e o estilo elevados.
- Expressa, em seus quatro primeiros versos, um tema recorrente da sua criação: a consciência da brevidade de tudo.
- Expressa, em seus dois últimos versos, a ideia de que é preciso viver como se cada instante fosse o último, porque “o mais é nada”.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.
- Assinale a alternativa INCORRETA:
(A) As odes amorosas são um traço característico do estilo de Caeiro, herança que teria sido apreendida pelo heterônimo Ricardo Reis.
(B) Ao apontar questionamentos como “O mistério das cousas, onde está ele? / Onde está ele que não aparece / Pelo menos a mostrar-nos que é mistério? / Que sabe o rio disso e que sabe a árvore? / E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?”, Alberto Caeiro coloca-se numa posição de igualdade perante a natureza e tenta fugir ao devaneio.
(C) O esforço de Caeiro em negar a fruição e o pensamento metafísico é frequente em toda a extensão de O Guardador de Rebanhos, o que não impede o heterônimo de argumentar e rebater apontamentos pretensamente filosóficos.
(D) Ao longo de seus versos, Caeiro utiliza-se do verso livre, demonstrando seu traço moderno – influência sobre Álvaro de Campos.
(E) A temática de O Guardador de Rebanhos guarda profundas marcas de influência árcade/neoclássica, visto que os poetas desta escola também se baseavam no ambiente pastoril como uma manifestação do ideal de estado de natureza.
Semana 5
(ENEM/MEC) Poética, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento modernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora críticas e propostas que representam o pensamento estético predominante na época.
Poética
"Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e
[manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
[cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
[...]
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.”
BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa.
Rio de Janeiro. Aguilar, 1974.
- Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta:
a) Critica o lirismo louco do movimento modernista.
b) Critica todo e qualquer lirismo na literatura.
c) Propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
d) Propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico.
e) Propõe a criação de um novo lirismo.
- (FUVEST/SP)
Profundamente
“Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
[...]
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?
— Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.”
Manuel Bandeira, Libertinagem.
No conhecido poema de Bandeira, aqui parcialmente reproduzido, a experiência do afastamento da festa de São João
a) É de ordem subjetiva e ocorre, primordialmente, no plano do sonho e da imaginação.
b) Reflete, em chave saudosista, o tradicionalismo que caracterizou a geração modernista de 1922.
c) Se dá predominantemente no plano do tempo e encaminha uma reflexão sobre a transitoriedade das coisas humanas.
d) Assume feição abstrata, na medida em que evita assimilar os dados da percepção sensível, registrados pela visão e pela audição.
e) É figurada poeticamente segundo o princípio estético que prevê a separação nítida de prosa e poesia.
Resposta
Instrução: (Unifesp/SP) Leia o poema de Oswald de Andrade e responda às questões abaixo
Senhor feudal
"Se Pedro Segundo
Vier aqui
Com história
Eu boto ele na cadeia.”
- (Unifesp/SP) Considere as seguintes características do Modernismo brasileiro:
I. Busca de uma língua brasileira;
II. Versos livres;
III. Ironia e humor.
Nos versos de Oswald de Andrade,
a) Apenas I está presente.
b) Apenas III está presente.
c) Apenas I e II estão presentes.
d) Apenas I e III estão presentes.
e) I, II e III estão presentes.
- (Unifesp/SP) Considerando os pressupostos do Modernismo e da poética oswaldiana, é correto afirmar que a alusão a D. Pedro II, figura da corte portuguesa, sugere
a) A reafirmação da base literária brasileira, decalque dos valores europeus.
b) A negação do valor da literatura portuguesa e apresenta a brasileira como insuperável.
c) A sátira ao referencial artístico português e, por extensão, critica a importação de valores literários europeus.
d) O confronto entre a arte literária brasileira e a portuguesa, elucidando a inevitável influência desta para a formação daquela.
e) A pouca influência recebida da arte literária portuguesa, o que confere autenticidade à literatura brasileira.
Brasil
"O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
— Sois cristão?
— Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
— Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval”
Oswald de Andrade.
- (ENEM/MEC) Este texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção de elementos diferentes. Considerando-se esse aspecto, é correto afirmar que a visão apresentada pelo texto é
a) Ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece sugerir que esse processo, apesar de tudo, acaba bem.
b) Inovadora, pois mostra que as três raças formadoras — portugueses, negros e índios — pouco contribuíram para a formação da identidade brasileira.
c) Moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da predominância de elementos primitivos e pagãos.
d) Preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento europeu, vindo com as caravelas.
e) Negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta de seriedade.
- (ENEM/MEC) A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resulta da manifestação do
a) Poeta e do colonizador apenas.
b) Colonizador e do negro apenas.
c) Negro e do índio apenas.
d) Colonizador, do poeta e do negro apenas.
e) Poeta, do colonizador, do índio e do negro.
- (FUVEST) Indique a ideia que não está no texto:
Por isso, ó vós que as famas estimais,
Se quiserdes no mundo ser tamanhos,
Despertais já do sono do ócio ignaro,
Que o ânimo de livre faz escravo.
E ponde na cobiça um freio duro,
E na ambição também, que
[indignamente
Tomais mil vezes, e no torpe e escuro
Vício da tirania infame e urgente;
Porque essas honras vãs, esse ouro
[puro
Verdadeiro valor não dão à gente;
Melhor é merecê-lo sem os ter,
Que possuí-los sem os merecer.
(Camões)
a) a ambição é um vício torpe que leva à tirania.
b) as falsas honras e a riqueza não dão valor às pessoas.
c) os que aspiram à glória devem fugir ao ócio.
d) é preciso refrear a excessiva ambição e o pendor para tirania.
e) é preferível merecer honras e riquezas não conseguidas a obtê-las sem merecimento.
- (FUVEST) Ao criticar O Primo Basílio, Machado de Assis afirmou: “(...) a Luísa é um caráter negativo, e no meio da ação ideada pelo autor, é antes um títere que uma pessoa moral”.
Títere é um boneco mecânico, acionado por cordéis controlados por um manipulador. Nesse sentido, as personagens que, principalmente, manipulam Luísa, determinando-lhe o modo de agir, são:
a) Basílio e Juliana.
b) Jorge e Justina.
c) Jorge, Conselheiro Acácio e Juliana.
d) Basílio, Conselheiro Acácio e Leopoldina.
e) Jorge e Leopoldina.
- (UFOP-MG). Observe as afirmações abaixo e assinale as alternativas corretas:
I. O Realismo teve sua origem na França e foi apenas uma renovação no campo literário.
II. O escritor realista deve estudar o interior dos indivíduos, interrogá-los, analisar o meio e depois transcrever suas observações procurando ser, rigorosamente, impessoal.
III. Para o escritor realista o que importa é o que está fora de nós, o objeto captado pelos sentidos.
IV. O Realismo é uma obra de ataque à mentalidade burguesa, à ordem social, clerical e monárquica.
A sequência que contém somente afirmativas corretas é:
a) I e II estão corretas.
b) somente IV está correta.
c) II, III e IV estão corretas.
d) todas estão corretas.
e) n.d.a.
- (USF-SP). Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que:
a) se volta para a Natureza a fim de analisar-lhes os processos cíclicos de renovação.
b) pretende expressar com naturalidade a vida simples dos homens rústicos nas comunidades primitivas.
c) defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de compromissos com a realidade social.
d) analisa as perversões sexuais, condenando-as em nome da moral religiosa.
e) estabelece um nó de causa e efeito entre alguns fatores sociológicos e biológicos e a conduta dos personagens.
- (FEI-SP). Uma literatura se preocupa com os aspectos sociológicos da obra e faz um romance de tese documental, e outra se preocupa com os aspectos patológicos da obra e faz um romance de tese experimental. Aponte respectivamente, o nome dessas estéticas (escolas literárias).
2
Semana 1
|
- (ESPM/SP) Todos os excertos abaixo confirmam o ideário de Oswald de Andrade quando defende: “A língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros.” (Manifesto da Poesia Pau-Brasil). Assinale o item que não se enquadra no referido ideário:
a) “O Arnesto nos convidô/Prum samba ele mora no Brais./Nóis fumu e num encontremo ninguém/Nóis vortemo com uma baita duma réiva/Da outra veis, nóis num vai mais.” (Adoniram Barbosa);
b) “A gente viemos do inferno — nós todos — compadre meu Quelemém instrui.” (Guimarães Rosa);
c) “Beiramávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas sem sol.” (Oswald de Andrade);
d) “Então Macunaíma pediu fibra de curauá. Jiguê olhou pra ele com ódio e mandou a companheira arranjar fio pro menino, a moça fez.” (Mário de Andrade);
e) “Invejo o ourives quando escrevo:/Imito o amor/Com que ele, em ouro, o alto relevo/Faz de uma flor.” (Olavo Bilac).
- (UPE) Um paralelo entre Machado de Assis e outros autores de escolas e épocas diferentes nos leva a admitir que:
a) Machado de Assis, no Rio de Janeiro do século XIX, e Gregório de Matos, na Bahia barroca do século XVII, foram críticos da sociedade em que viveram. Ambos criticaram a hipocrisia social com uma ironia fina, discreta, requintada, sutil e feita nas entrelinhas.
b) Tomás Antonio Gonzaga, árcade em Vila Rica do século XVII, tem em comum com Machado a recusa na intensificação da subjetividade e o racionalismo, que transforma a vida num caminho fácil e tranqüilo.
c) José de Alencar, ficcionista romântico da primeira metade do século XIX, como Machado, situa suas narrativas urbanas na corte (Rio), onde a imitação dos costumes europeus se misturava com a mediocridade da vida local. Porém, ambos não acertam o tom crítico, fazendo uma análise superficial dos indivíduos e da sociedade.
d) Machado é realista, e Aluísio de Azevedo é naturalista. Ambos têm como características a objetividade, a impessoalidade, o racionalismo e o pessimismo. Porém, enquanto Machado faz uma análise psicológica e crítica dos valores sociais de uma forma implícita, com ironia, digressões e absoluta perfeição formal, Aluísio faz crítica social explícita e busca personagens patológicos estereotipados, com os quais desenvolve a teoria do determinismo.
e) Machado foi um talento múltiplo: romancista, contista, poeta, crítico literário, cronista e teatrólogo, assim como Mário de Andrade, modernista do início do século XX. Ambos usaram de ironia nos seus escritos, renovaram a linguagem literária brasileira, desrespeitaram a sintaxe tradicional e pesquisaram as manifestações folclóricas nacionais.
Resposta
- (UEPB) Leia:
“Os modernistas de 1922 nunca se consideraram componentes de uma escola, nem afirmaram ter postulados rigorosos em comum. O que os unificava era um grande desejo de expressão livre e a tendência para transmitir, sem os embelezamentos tradicionais do academismo, a emoção pessoal e a realidade do país.”
CANDIDO, Antonio e CASTELLO, José Aderaldo.
Presença da literatura brasileira. Modernismo. São Paulo: Difel, 1981. p. 9.
Considerando as informações apresentadas no texto e os estudos sobre o modernismo brasileiro, identifique a(s) proposição(ões) verdadeira(s):
01. A ausência de “postulados rigorosos” contribuiu para que autores como Manuel Bandeira e Mário de Andrade não se tornassem representativos no cenário da literatura brasileira.
02. Os “embelezamentos tradicionais do academismo”, mencionados no texto, estão associados à poesia de Cassiano Ricardo e de Oswald de Andrade.
04. A “tendência para transmitir [...] a realidade do país” significava, para os modernistas de 1922, realizar uma leitura crítica das nossas tradições culturais, como ocorre em Macunaíma, de Mário de Andrade.
08. O “desejo de expressão livre” não se manifesta na poesia de Mário de Andrade, pois o poeta não adota as inovações formais, presentes na obra de outros autores modernistas.
16 . A “tendência para transmitir [...] a emoção pessoal” manifesta-se em poemas de Manuel Bandeira, que resgata o lirismo poético.
A soma dos valores atribuídos à(s) proposição(ões) verdadeira(s) é igual a ________________
- (UEPB)
Carta-poema
“Excelentíssimo Prefeito
Senhor Hildebrando de Góis,
Permiti que, rendido o preito
A que fazeis jus por quem sois,
Um poeta já sexagenário,
Que não tem outra aspiração
Senão viver de seu salário
Na sua limpa solidão,
[...]
Que imundície! Tripas de peixe,
Cascas de fruta e ovo, papéis...
Não é natural que me queixe?
Meu Prefeito, vinde e vereis!
Quando chove, o chão vira lama:
São atoleiros, lodaçais,
Que disputam a palma à fama
Das velhas maremas letais!
[...]
Mandai calçar a via pública
Que, sendo um vasto lagamar,
Faz a vergonha da República
Junto à Avenida Beira-Mar!”
Manuel Bandeira
O texto, acima, tem função
a) Referencial.
b) Poética.
c) Conativa.
d) Fática.
e) Metalingüística.
- (PUC-RS) O poema Canção do Exílio, do poeta Gonçalves Dias, foi revisto pelos ________, por meio de releituras que ________ sua forma e sua concepção ________ de nação.
a) Parnasianos refutam romântica.
b) Simbolistas enaltecem idealista.
c) Modernistas satirizam idealista.
d) Simbolistas reforçam crítica.
e) Modernistas exaltam impressionista.
Vou-me Embora pra Pasárgada
1
“Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
2
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
[...]
3
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
[...]
3
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
[...]
4
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
[...]
4
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
5
E quando estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.”
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.”
- (PUC-RS) O caráter ________ do poema se revela pela referência à possibilidade de viver plenamente a vida, sem quaisquer impedimentos.
a) Confessional
b) Satírico
c) Caótico
d) Sincrético
e) Hermético
Para responder à questão abaixo, numerar a Coluna B, que contém imagens construídas pelo poeta, de acordo com a Coluna A, que indica as estrofes do poema.
Coluna A
1. Primeira estrofe.
2. Segunda estrofe.
3. Terceira estrofe.
4. Quarta estrofe.
5. Quinta estrofe.
Coluna B
(__) O poder sobre o Estado e sobre as mulheres.
(__) O domínio sobre a tecnologia.
(__) A possibilidade de viver de forma natural.
(__) A referência a atitudes destrutivas.
- (PUC-RS) A numeração correta da Coluna B, de cima para baixo, é
a) 3 – 4 – 1 – 5
b) 2 – 3 – 5 – 4
c) 1 – 4 – 3 – 5
d) 1 – 2 – 3 – 4
e) 2 – 3 – 4 – 5
- (ENC-SP) O crime do padre Amaro pertence à fase dita realista de seu autor, Eça de Queirós. É reconhecido, também, como um romance de tese – tipo de narrativa em que se demonstra uma ideia em geral com intenção crítica e reformadora. Tendo em vista essas determinações gerais, é correto afirmar que, nesse romance:
a) o foco expressivo se concentra na interioridade subjetiva das personagens, que se dão a conhecer por suas ideias e sentidos e não por suas falas ou ações.
b) as personagens se afastam de caracterizações típicas, tornando-se psicologicamente mais complexas e individualizadas.
c) o interesse pelas relações entre o homem e o meio amplia o espaço e as funções das descrições, tornadas mais minuciosas e significativas.
d) a personagem Padre Amaro incorpora a tese da herança psicossomática.
e) a beatitude do Padre Amaro levou Amélia até as últimas consequências.
- (ENC-SP)
Tormento do ideal
Conheci a Beleza que não morre
E fiquei triste. Como quem da serra
Mais alta que haja, olhando aos pés
[a terra
E o mar, vê tudo, a maior nau ou
[tôrre,
Minguar, fundir-se, sob a luz que
[jorre:
Assim eu vi o Mundo e o que êle
[encerra
Perder a côr, bem como a nuvem
[que erra
Ao pôr do Sol e sobre o mar
[discorre.
Pedindo a forma, em vão, a idéia
[pura,
Tropeço em sombras na matéria
[dura,
E encontro a imperfeição de
[quanto existe.
Recebi o batismo dos poetas,
E, assentado entre as formas
[incompletas,
Para sempre fiquei pálido e triste.
Esse soneto é de Antero de Quental. As afirmações abaixo referem-se ao verso “Recebi o batismo dos poetas” que exprime:
I. Evidente postura religiosa assumida por Antero de Quental, que lhe permite ver a Beleza como se fosse uma autêntica alegria de Deus.
II. A convicção de que o poeta é fadado a contemplar a Beleza, o que tem como consequência a sensação de imperfeição do mundo e o sentimento de melancolia.
III. A ideia de que a contemplação da Beleza depende exclusivamente de sua vontade e de sua razão, conforme ditavam os princípios do realismo oitocentista.
É correto o que se afirma em:
a) III, apenas.
b) II, apenas.
c) I, II e III.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
Semana 2
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- (PUC-RS) Para responder à questão, ler o texto que segue.
Irene no céu
“Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
– Licença, meu branco!
E São Pedro, bonachão:
– Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.”
Manuel Bandeira, poeta modernista, revela no texto em questão uma das suas fortes características, qual seja, a tendência a
a) Tematizar o cotidiano em linguagem cifrada e metafórica.
b) Excluir personagens associadas às minorias marginalizadas.
c) Recorrer ao mundo real para abordar questões metafísicas.
d) Associar subjetividade e objetividade.
e) Sublimar seus problemas de saúde.
Resposta
- (PUC-PR) Leia o poema Neologismo, de Manuel Bandeira, e assinale a alternativa correta relativa à interpretação do texto.
“Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.”
a) O poema traduz o sentimento de mundo caótico da poesia de Manuel Bandeira.
b) Está presente no texto o conflito entre o eu-lírico e o mundo.
c) O ritmo traduz, na quebra dos versos, a inquietude do poeta.
d) A invenção de palavras é recurso usado por pessoas que falam pouco.
e) Para expressar o sentimento com maior vigor é preciso inventar a palavra.
- (PUC-PR) Este fragmento de conhecido poema de Manuel Bandeira expõe características permanentes de sua poesia:
“E quando eu estiver mais triste.
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
– Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.”
Aponte a alternativa que contém a correspondência dos versos com a permanência temática da obra de Manuel Bandeira:
a) A vida provisória.
b) A percepção dos limites pessoais e a transformação da realidade.
c) O sentimentalismo incorrigível.
d) Lirismo intimista e recusa dos lugares-comuns.
e) A linguagem coloquial irônica.
- (UPE)
Jacqueline
“Jacqueline morreu menina.
Jacqueline morta era mais bonita do que os anjos.
Os anjos!... Bem sei que não os há em parte alguma.
Há é mulheres extraordinariamente belas que morrem ainda meninas.
Houve tempo em que olhei para os teus retratos de menina como olho agora
[a pequena imagem de Jacqueline morta.
Eras tão bonita!
Eras tão bonita, que merecerias ter morrido na idade de Jacqueline
— Pura como Jacqueline...”
Manuel Bandeira. Estrela da Vida Inteira.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993, p. 157.
A leitura do poema de Bandeira autoriza a formulação das seguintes afirmações. Analise-as.
I. O poema pertence à primeira fase da produção do autor, muito marcada ainda pela idealização do Romantismo, como demonstram os versos 1, 2 e 3.
II. A oralidade é uma das principais características do estilo de Manuel Bandeira, como se percebe no poema, sobretudo no verso 4, com o verbo ‘ser' na função expletiva.
III. Outra característica da poesia de Manuel Bandeira é a nostalgia, que costuma acompanhar a voz lírica. No caso do poema em análise, o verso ‘Eras tão bonita, que merecerias ter morrido na idade de Jacqueline' expressa uma nostalgia em relação à beleza juvenil perdida.
IV. Do ponto de vista estrutural, temos no poema um eu-lírico que se dirige a um alguém, como atestam as marcas da presença de um interlocutor na estrutura de alguns versos.
V. O ritmo do poema é marcado pelo uso de rimas regulares, de anáforas, de paralelismos.
A afirmativa é verdadeira nos itens
a) I, II e III, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I, III e V, apenas.
e) IV e V, apenas.
- (Unifap) A linguagem literária entra em experiências revolucionárias. Os próprios artistas assumem a falta de unidade: “nós não sabemos o que queremos, sabemos o que não queremos”, assim, tentam libertar-se da arte mais acadêmica e tradicional. Baseando-se na afirmação acima, assinale a alternativa correta.
( a) Trata-se do Simbolismo cuja linguagem figura expressa coisas vagas, nebulosas e místicas.
( b) Trata-se do Modernismo que propõe um estilo de arte aberta, congregando várias tendências.
( c) Trata-se do Romantismo que defende o nacionalismo ufanista, a fuga da realidade e o culto da morte.
( d) Trata-se do Realismo que aborda temáticas sociais, com ênfase ao determinismo e à cientificidade.
( e) Trata-se do Arcadismo pois ressalta o início da formação de nossa consciência nacional e valoriza o culto à natureza.
- (FURG-2007) Sobre o Modernismo brasileiro, pode-se afirmar que:
a) caracterizou-se pelo desejo de evasão e por afastar-se da sociedade contemporânea.
b) revelou-se bastante heterogêneo, devido à orientação ideológica distinta existente entre seus muitos grupos.
c) distanciou-se do Romantismo, uma vez que defendeu e praticou uma literatura marcada por um ufanismo nacionalista.
d) em seu primeiro decênio, deu continuidade aos processos que marcaram a narrativa realistanaturalista.
e) defendeu, através de sua produção literária, o princípio da arte pela arte.
- (PUC/PR-2007) Assinale a alternativa correta para as características do Modernismo de 1922, também chamado de “fase heróica”.
a) espírito polêmico e destruidor, valorização poética do cotidiano, nacionalismo, busca da originalidade a qualquer preço.
b) Temática ampla com preocupação filosófica, predomínio do romance regionalista, valorização do cotidiano, nacionalismo.
c) Espírito polêmico, busca da originalidade, predomínio do romance psicológico, valorização da cidade e das máquinas.
d) Visão futurista, espírito polêmico e destruidor, predomínio da prosa poética, valorização da cidade e das máquinas.
e) Valorização poética do cotidiano, linguagem repleta de neologismos, nacionalismo e busca da poesia na natureza.
- (IBMEC/RJ-2007)
Sabiá
Tom Jobim e Chico Buarque
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que eu não queria
E anunciar o dia
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
(IBMEC/RJ-2007) A canção “Sabiá” é apenas uma das inúmeras releituras e citações que o poema de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio” recebeu a partir do Modernismo. Esse poeta pertenceu à 1a geração do romantismo brasileiro. Nas opções abaixo, assinale a única que não apresenta característica desse estilo de época:
a) Nacionalismo, onde a exaltação da pátria somente enaltece as qualidades
b) Exaltação da natureza
e) Sentimentalismo e religiosidade
d) Indianismo, com a criação do herói nacional na figura do índio
e) Conceptismo (“jogo de idéias”) e cultismo (“jogo de palavras”).
- (ENC-SP)
Num bairro moderno
Dez horas da manhã; os
[transparentes
Matizam uma casa apalaçada;
Pelos jardins estancam-se os
[nascentes,
E fere a vista, com brancuras
[quentes,
A larga rua macadamizada.
Rez-de-chaussée repousam
[sossegados,
Abriram-se, nalguns, as persianas,
E dum ou doutro, em quartos
[estucados,
Ou entre a rama dos papéis
[pintados,
Reluzem, num almôço, as porcelanas.
Como é saudável ter o seu
[conchêgo,
E sua vida fácil! Eu descia,
Sem muita pressa, para o meu
[emprêgo,
Aonde agora quase sempre chego
Com as tonturas duma apoplexia.
(...)
A leitura dessas estrofes de Cesário Verde permite a seguinte análise:
a) a postura aí assumida é eminentemente expressionista, na medida em que esse poeta deforma o real, seguindo os pressupostos do ideário naturalista.
b) a subjetividade do “eu lírico” é permeada por profunda emoção – um resquício da estética romântica que entra em contradição com o ideário realista que o poeta abraçou.
c) na abordagem do real, o “eu lírico” comporta-se como um observador frio e impessoal das pessoas e das coisas, conforme determinavam os postulados do Realismo.
d) a subjetividade desse poeta emana diretamente da observação do real, que lhe ativa as sensações, levando-o a promover juízos de valor.
e) a objetividade desse poeta é fotográfica, por isso mesmo altamente comprometida com o ideário positivista em voga no tempo.
- (UFMT). Sobre a nudez forte da verdade - o manto diáfano da fantasia, epígrafe do romance A relíquia, de Eça de Queirós, explicita uma crítica:
a) à hipocrisia religiosa e ao falseamento dos princípios do Cristianismo, percebidos por Teodorico Raposo na peregrinação que empreende até a Terra Santa.
b) à hipocrisia religiosa, com a menção da venda de relíquias, sobretudo a coroa de espinho de Cristo, que Teodorico Raposo encontra na Terra Santa e com que presenteia sua tia beata.
c) aos preconceitos religiosos, através dos pressupostos do Naturalismo, expostos pelo sábio Topsius à personagem principal, Teodorico Raposo.
d) aos princípios estéticos do Romantismo que, ao valorizarem a ideia de fuga da realidade, levavam o homem à alienação.
e) à hipocrisia religiosa, presente na sociedade oitocentista portuguesa, por meio da incursão pelo mundo dos sonhos, que simbolicamente acontece durante a peregrinação do Teodorico Raposo pela Terra Santa.
- (UFPA). Com referência ao romance O crime do padre Amaro, de Eça de Queirós, a única afirmação INCORRETA é:
a) influenciado pelas teorias do Naturalismo, o autor procura demonstrar que o meio social e a educação religiosa é que determinam o comportamento do indivíduo.
b) influenciado pelas teorias do Naturalismo, Eça procura demonstrar que os antecedentes de raça e as taras sexuais é que determinam o comportamento de Amaro e Amélia.
c) adotando os pressupostos da estética realista, o autor critica os efeitos nocivos da arte romântica sobre o caráter de Amélia.
d) tendo por base uma consciência crítica, tipicamente realista, o escritor defende a ideia de que a moral católica, fundada somente em dogmas, opõe-se em tudo à moral natural.
e) tendo por base uma orientação tipicamente realista, o escritor critica o domínio que os padres, por meio de sacramentos como a confissão, exercem sobre os fiéis.
Semana 3
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- (UNIVERSITÁRIO-SP) Leia atentamente o seguinte trecho, extraído de O Primo Basílio, de
Eça de Queirós:
Nessa semana, uma manhã, Jorge que não se recordava que era dia de gala, encontrou fechada e voltou para casa ao meio-dia (...) chegando despercebido ao quarto, surpreendeu Juliana comodamente deitada na chaise longue*, lendo tranquilamente o jornal.
(...) Jorge não encontrou Luísa na sala de jantar, foi dar com ela no quarto dos engomados, despenteada, em roupão de manhã, passando roupa, muito aplicada e muito desconsolada.
— Tu estás a engomar? – Exclamou.
(...) A sua voz era tão áspera, que Luísa fez-se pálida, e murmurou:
— Que queres tu dizer?
— Quero dizer que te venho encontrar a ti a engomar, e que a encontrei a ela embaixo muito repimpada na tua cadeira, a ler o jornal.
* chaise-longue: cadeira de encosto reclinável e com lugar para estender as pernas.
a) no trecho citado são mencionadas três personagens: Jorge, Juliana e Luísa. Que relação há entre elas?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) considerando o trecho citado acima e a resposta dada ao item a, explique por que Jorge considera inadequado o comportamento das duas mulheres.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) analise a trajetória de Luísa e Juliana no romance, de modo a explicar a situação em que se encontram no trecho citado.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
- (FCCHAGAS-BA). Assinale a alternativa onde estão indicados os textos que analisam corretamente alguns aspectos do romance realista.
I. As personagens independem do julgamento do narrador, reagindo cada uma de acordo com sua própria vontade e temperamento.
II. A linguagem é poeticamente elaborada nos diálogos, mas procura alcançar um tom coloquial, com traços de oralidade, nas partes narrativas e descritivas.
III. Observa-se o predomínio da razão e da observação sobre o sentimento e a imaginação.
a) I, II, III.
b) I e II.
c) II e III.
d) I e III.
e) II.
- (UnB-DF) A chamada época do Realismo caracterizou-se, na literatura portuguesa:
a) pelo culto da literatura de caráter nacionalista e individualista.
b) pelo culto de uma literatura empenhada numa revolução política, social, moral e mental que superasse a decadência em que se precipitara Portugal.
c) pelo gosto da literatura inspirada no pitoresco da paisagem e dos portugueses.
d) pelo culto de uma literatura empenhada na defesa dos ideais que fizeram a revolução de 1820.
e) pelo culto de uma literatura que idealizasse a sociedade portuguesa, entregue a profunda religiosidade e nacionalismo.
- (FEI-SP) São características comuns aos movimentos romântico e modernista:
a) sentimento trágico da vida; desilusão e sofrimento.
b) visão da natureza como refúgio acolhedor; atração por ambientes noturnos.
c) projeção na natureza do estado de espírito do poeta; religiosidade cristã.
d) nacionalismo; liberdade; desejo de reformas sociais.
e) idealização da mulher; morte encarada como libertação.
- (ENC-SP). As duas obras-primas do romantismo português – Frei Luís de Sousa e Eurico, o Presbítero – gêmeas no tempo e nos motivos, separam-se tanto quanto Garrett se afasta e diverge de Herculano. Um é a constante pessoal do português aberto à ordem clássica, o português lúcido e sensível da saudade e do pecado de delícia numa equação de tragédia, com sentimentos de Bernardim em formas de Camões; outro, o do português de cerne, que peca sobriamente e supera com dureza o seu pecado, sentindo a Sá de Miranda e falando com ásperossoluços. Ambos bem nossos. (Vitorino Nemísio)
Tendo por base o texto crítico abaixo e, sobretudo, a leitura de Frei Luís de Sousa e Eurico, o Presbítero, é correto afirmar que:
a) o “português aberto à ordem clássica” difere do “português de cerne”, porque se deixa levar mais profundamente pela emoção, devido às influências da tragédia clássica.
b) o problema do celibato, no drama de Garrett, serve para criar intenso conflito entre as personagens, que adotam o hábito forçadas pela situação; já, em Eurico, o Presbítero, supera-se a ideia do pecado, porque a personagem veste o hábito movida pela autêntica fé cristã e pelo desejo de combater os infiéis.
c) Frei Luís de Sousa insere-se na linha da rigorosa construção clássica, que supõe a recuperação de típicos expedientes dramáticos da tragédia, enquanto que a construção mais livre, em Eurico, o Presbítero, implica a atualização em grande escala de expedientes comuns ao Romantismo, como o da expansão sentimental.
d) há influência clássica tanto em Frei Luís de Sousa quanto em Eurico, o Presbítero, presente na construção rigorosa das duas obras, que obedecem aos cânones da estética seiscentista da tragédia.
e) o sentimento da emoção, muito mais presente em Herculano do que em Garrett, é autenticamente português, enquanto que a construção trágica não passa de influência estranha a
Portugal.
- (FUVEST) Leia o texto abaixo:
O pacto feito por ele com os árabes não tardou a ser por mil modos violado, e o ilustre guerreiro teve de se arrepender, mas já debalde, por haver deposto a espada aos pés dos infiéis, em vez de pelejar até à morte pela liberdade. Fora isto o que Pelágio preferira, e a vitória coroou o seu confiar no esforço dos verdadeiros Godos e na piedade de Deus.
Agora, responda as questões:
I. Qual das características abaixo está presente no texto?
a) retomada dos valores medievais.
b) denúncia de males sociais.
c) despreocupação formal.
d) análise psicopatológica.
e) aproveitamento da mitologia clássica.
II. O autor do texto é:
a) Eça de Queirós.
b) Camilo Castelo Branco.
c) Padre Antônio Vieira.
d) Fernando Namora.
e) Alexandre Herculano.
- (METODISTA-PIRACABA-SP) Na primeira metade do século XIX, a discordância entre a literatura e a modernização presentifica-se de maneira nítida e profunda. Pelas obras literárias percebe-se uma cosmovisão marcada pelo choque com o cotidiano imediato e as evidências de um mal-estar, que passou a ser conhecido como o mal do século. Os textos revelam uma ânsia de evasão deste presente circunstancial e descolorido. Na busca de compreensão, o artista valoriza a imaginação criadora: a arte se converte em manifestação da alma... e assim tem-se o:
a) Simbolismo.
b) Parnasianismo.
c) Romantismo.
d) Barroco.
e) Pré-Modernismo.
- (FCMSC-SP) A renovação das formas, a liberdade de expressão e a tentativa de incorporar à literatura nossas coisas mais típicas – como particularidades regionais e termos indígenas – são marcas frequentes do:
a) Barroco.
b) Arcadismo.
c) Romantismo.
d) Realismo.
e) Pré-modernismo.
- (OSEC-SP)
Do tamarindo a flor faz
[entreaberta,
Já solta o bogari mais doce aroma,
Também meu coração, como estas
[flores,
Melhor perfume ao pé da noite
[exala!
É possível reconhecer, na estrofe acima, um exemplo da corrente:
a) barroca, pela imagem que evoca a natureza como símbolo da transitoriedade da vida.
b) arcádica, pois o poeta revela seu amor a uma natureza idealizada.
c) romântica, pela identificação dos sentimentos humanos com aspectos da natureza.
d) parnasiana, pela apresentação da natureza com imagem da perfeição.
e) simbolista, pois a natureza é apenas um recurso que o poeta transcende, atingindo um nível de espiritualidade plena.
- (UFPR) Alguns dos maiores expoentes da estética romântica em Portugal no século XIX foram:
a) Castro Alves, Almeida Garret e Alexandre Herculano.
b) Cesário Verde, Álvares de Azevedo e Castro Alves.
c) Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco e Vitor Hugo
d) Stendhal, Antero de Quental e Fagundes Varela.
e) Almeida Garret, Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco.
- (OBJETIVO-SP). Assinale a característica não-aplicável à poesia romântica:
a) o artista goza de liberdade na metrificação e na distribuição rítmica.
b) o importante é o culto da forma, a arte pela arte.
c) a poesia é primordialmente pessoal, intimista e amorosa.
d) enfatiza-se a auto-expressão, o subjetivismo, o individualismo.
e) a linguagem do poeta é a mesma do povo: simples, espontânea.
Semana 4
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- (FURG-2007) Leia o texto seguinte, de autoria de Manuel Bandeira, e assinale a afirmativa correta.
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
— Respire.
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
a) O poema tem como marcas o coloquialismo e a ironia, elementos característicos da produção poética de Manuel Bandeira.
b) O poema apresenta uma métrica e um ritmo regulares que revelam a influência que Manuel Bandeira sofreu do Parnasianismo.
c) O texto de Manuel Bandeira apresenta uma linguagem rara, característica de sua poesia.
d) O poema reveste-se de um caráter musical, revelando a vinculação que a poesia de Manuel Bandeira mantém com o Simbolismo.
e) O poema apresenta versos de estrutura sintática complexa, denunciando a influência que o poeta sofreu da experiência concretista.
- (UFPR-2007) Considere a obra Meus poemas preferidos, de Manuel Bandeira, e o seguinte poema, retirado dessa obra.
NAMORADOS
O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:
— Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara.
A moça olhou de lado e esperou.
— Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listrada?
A moça se lembrava:
— A gente fica olhando...
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
O rapaz prosseguiu com muita doçura:
— Antônia, você parece uma lagarta listrada.
A moça arregalou os olhos, fez exclamações.
O rapaz concluiu:
— Antônia, você é engraçada! Você parece louca.
Sobre Manuel Bandeira e o poema acima, considere as seguintes afirmativas:
1. No poema “Namorados”, a poesia de Manuel Bandeira flerta com a prosa. Percebe-se um caráter narrativo, que permite a presença de mais de uma voz.
2. Embora o poema “Namorados” apresente um assunto comum à tradição da poesia – a relação e a declaração amorosas –, o tratamento dado a ele pelo poeta ésurpreendentemente simples, até cômico, em registro oralizante, um exemplo do que fez a crítica chamá-lo de “poeta do cotidiano”.
3. A estranheza gerada pela comparação da moça à lagarta listrada é a chave da declaração do namorado, que pode ser lida ambiguamente: como uma mera estranheza e, portanto, uma imperfeição que combina com o verso que a descreve como louca; ou como uma estranheza atraente, sendo a loucura meramente uma forma moderna de expressar o “diferente”.
4. Um dos aspectos interessantes da obra de Manuel Bandeira é a nítida passagem que se faz do simbolismo ao modernismo nos seus primeiros livros. Além de refletir a nossa própria história literária, esse processo de mudança também revela como a obra do autor se modificou sem perder muitas de suas características iniciais, mantendo-se sempre ligada a algumas formas da tradição, misturando, por exemplo, o verso livre de alguns poemas às formas fixas de outros.
Assinale a alternativa correta.
a) São verdadeiras apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
b) São verdadeiras apenas as afirmativas 3 e 4.
c) São verdadeiras apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
d) São verdadeiras apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
e) São verdadeiras as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
- Para responder à questão abaixo, assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as afirmativas sobre a produção literária brasileira das primeiras décadas do século XX.
(__) Os movimentos de vanguarda europeus influenciaram significativamente os escritores brasileiros.
(__) Houve maior preocupação em romper com os padrões temáticos do que com os formais.
(__) Oswald de Andrade e Mario de Andrade protagonizaram as principais mudanças na primeira fase modernista.
(__) A recorrência à paródia em relação à poesia antecedente evidenciou a opção ideológica dos modernistas.
(__) As diferenças entre poesia e prosa foram enfatizadas neste período.
(PUC-RS) A seqüência correta, resultante do preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – V – F – V
b) V – F – V – V – F
c) F – V – F – F – V
d) V – V – F – V – F
e) F – F – V – V – F
INSTRUÇÃO: Leia atentamente o texto a seguir e julgue os itens da questão.
“Portanto, ilustres e não ilustres representantes da crítica, não se constranjam. Censurem, piquem, ou calem-se como lhes aprouver. Não alcançarão jamais que eu escreva neste meu Brasil cousa que pareça vinda em conserva lá da outra banda, como a fruta que nos mandam em lata. (...) O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba, pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pêra, o damasco e a nêspera? ” ALENCAR, José de. Benção Paterna. In: Sonhos de Ouro. São Paulo: Melhoramentos, s.d.
- UFMT
( ) Envolvidos pelo ideário político da independência, Alencar e outros escritores românticos empenham-se na construção da nação brasileira, através da luta pela emancipação da língua e da literatura nacionais.
( ) Na história da literatura brasileira, no percurso que vai do Romantismo ao Modernismo,
a bandeira da ruptura com o princípio da imitação aos clássicos é empunhada por todas as escolas literárias.
( ) No segundo parágrafo, Alencar opõe, metonimicamente, por meio das frutas, o ambiente brasileiro ao ambiente europeu.
( ) O texto dá a entender que a língua se adapta ao meio para onde foi levada, mais precisamente aos órgãos fonadores e à alma do povo que fala.
Texto para as questões 5 e 6.
“Não me Deixes!
Debruçada nas águas dum regato
A flor dizia em vão
A corrente, onde bela se mirava...
‘Ai, não me deixes, não!
‘Comigo fica ou leva-me contigo
‘Dos mares à amplidão,
Límpido ou turvo, te amarei constante
‘Mas não me deixes, não!’
E a corrente passava; novas águas
Após as outras vão;
E a flor sempre a dizer curva na fonte:
‘Ai, não me deixes, não!’
E das águas que fogem incessantes
À eterna sucessão
Dizia sempre a flor, e sempre embalde:
‘Ai, não me deixes, não!
Por fim desfalecida e a cor murchada,
Quase a lamber o chão,
Buscava inda a corrente por dizer-lhe
Que a não deixasse, não.
A corrente impiedosa a flor enleia,
Leva-a do seu torrão;
A afundar-se dizia a pobrezinha:
‘Não me deixaste, não!’”
DIAS, Gonçalves. In: MOISÉS, Massaud. A Literatura Brasileira através de textos. 21. ed. rev. e aum. São Paulo: Cultrix,
1998. p. 135-6.
- F. Católica de Salvador-BA O lamento da flor representa fielmente o sentimento romântico de:
a) evasão no tempo;
b) amor incondicional ao outro;
c) supervalorização da natureza;
d) exaltação do sonho, da fantasia;
e) desejo de morte pelo amor não correspondido.
- F. Católica de Salvador-BA Observa-se a inversão, como recurso estilístico, no verso:
a) “A flor dizia em vão”
b) “Mas não me deixes, não.”
c) “E a corrente passava”
d) “Dizia sempre a flor, e sempre embalde”
e) “Leva-a do seu torrão”
Para responder as questões 7 e 8, leia atentamente os textos abaixo:
“Lira XXII
Nesta triste masmorra,
de um semi-vivo corpo sepultura,
inda, Marília, adoro
a tua formosura.
Amor na minha idéia te retrata;
busca, extremoso, que eu assim resista
À dor imensa, que me cerca e mata.”
Tomás Antônio Gonzaga.
“Perdoa-me, visão de meus amores
Perdoa-me, visão dos meus amores,
Se a ti ergui meus olhos suspirando!...
Se eu pensava num beijo desmaiando
Gozar contigo uma estação de flores!
De minhas faces os mortais palores,
Minha febre noturna delirando,
Meus ais, meus tristes ais vão revelando
Que peno e morro de amorosas dores...”
Álvares de Azevedo.
- U.F. Juiz de Fora-MG Depois de ler comparativamente os dois textos acima, assinale a
alternativa inaceitável:
a) Em ambos os poemas o eu sucumbe e morre em conseqüência do sofrimento amoroso.
b) No poema de Gonzaga, a idéia funciona como uma tentativa racional de vencer a dor.
c) No poema de Álvares de Azevedo, a razão nada pode contra o sentimentalismo exacerbado.
d) Em ambos os poemas, o eu refere-se ao passado a partir da dor do presente.
- U.F. Juiz de Fora-MG Em que verso se encontra referência direta ao contexto histórico biográfico?
a) “Que peno e morro de amorosas dores”.
b) “À dor imensa que me cerca e mata”.
c) “Nesta triste masmorra”.
d) “Se a ti ergui meus olhos suspirando”.
- U.E. Ponta Grossa-PR A poesia romântica brasileira, em seus diversos momentos, apresenta como características:
01. escapismo e subjetivismo;
02. naturalismo e pitoresco;
04. nacionalismo e religiosidade;
08. socialismo e ilogismo;
16. imaginação criadora e amor à natureza.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.
Texto para a próxima questão.
“Leito de folhas verdes
Por que tardas, Jatir, que tanto a custo
À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração, movendo as folhas,
Já nos cimos do bosque rumoreja.
Eu sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,
Já solta o bagari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.
Brilha a lua no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
A flor que desabrocha ao romper dalva
Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio do sol que me dê vida.
Sejam vales ou montes, lago ou terra,
Onde quer que tu vás, ou dia ou noite,
Vai seguindo após ti meu pensamento;
Outro amor nunca tive: és meu, sou tua!
Meus olhos outros olhos nunca viram,
Não sentiram meus lábios outros lábios,
Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas
A arasóia na cinta me apertaram.
Do tamarindo a flor jaz entreaberta,
Já solta o bogari mais doce aroma;
Também meu coração, como estas flores,
Melhor perfume ao pé da noite exala!
Não me escutas, Jatir! nem tardo acodes
À voz do meu amor, que em vão te chama!
Tupã! lá rompe o sol! do leito inútil
A brisa da manhã sacuda as folhas!”
Gonçalves Dias.
- CEETPS-SP Assinale a alternativa correta com relação ao texto.
a) Principalmente pela manifestação de elementos simbólicos, tais como “luar”, “vales”,
“bosque” e “perfumes”, pode-se dizer que o poema muito se aproxima da estética simbolista.
b) O poema romântico indianista recupera as antigas cantigas de amigo medievais, para expressar o amor por meio da espera.
c) O poema de Gonçalves Dias demonstra profunda influência renascentista, recebida principalmente de Camões.
d) Apesar da intensa presença da natureza, o poema em questão já se aproxima do parnasianismo, pela presença dos elementos mitológicos.
e) Mesmo sendo romântico, notam-se ainda no poema, os aspectos marcantes do Arcadismo, principalmente no que diz respeito ao bucolismo.
Semana 5
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Instrução: Para responder às questões 1 e 2, ler o texto que segue.
“As Três Irmãs do Poeta
É noite! As sombras correm nebulosas.
Vão três pálidas virgens silenciosas
Através da procela irriquieta.
Vão três pálidas virgens... vão sombrias
Rindo colar um beijo as bocas frias...
Na fronte cismadora do – Poeta –
‘Saúde, irmão! Eu sou a Indiferença.
Sou eu quem te sepulta a idéia imensa,
Quem no teu nome a escuridão projeta...
Fui eu que te vesti do meu sudário...,
Que vais fazer tão triste e solitário?...’
– ‘Eu lutarei’ – responde-lhe o Poeta.
‘Saúde, meu irmão! Eu sou a Fome.
Sou eu quem o teu negro pão consome...
O teu mísero pão, mísero atleta!
Hoje, amanhã, depois... depois (qu’importa?)
Virei sempre sentar-me à tua porta...
– ‘Eu sofrerei’ – responde-lhe o Poeta.
‘Saúde, meu irmão! Eu sou a Morte.
Suspende em meio o hino augusto e forte.
Volve ao nada! Não sentes neste enleio
Teu cântico gelar-se no meu seio?!’
– ‘Eu cantarei no céu’ – diz-lhe o Poeta!”
Instrução: Para responder à questão 7, analisar as afirmativas que seguem, sobre o texto.
I. Mostra a estreita convivência do poeta com a indiferença, com a fome e com a morte.
II. Expressa a força do poeta através de sua capacidade de superar mesmo a morte.
III. Idealiza a função do poeta, uma vez que esta ultrapassa a condição humana.
IV. Pertence ao movimento literário denominado Romantismo.
- PUC-RS Pela análise das afirmativas, conclui-se que está correta a alternativa:
a) I e II.
b) II e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
e) I, II, III e IV.
- PUC-RS O texto pode ser vinculado a uma tendência de expressão poética denominada:
a) subjetivismo.
b) ufanismo.
c) nacionalismo.
d) futurismo.
- Unifor-CE Nossos primeiros escritores nacionalistas – Gonçalves Dias e José de Alencar entre eles – voltaram seus olhos sobre nossas raízes históricas-culturais, buscando nelas aspectos heroicos, dignos de alta expressão literária. É o que se pode verificar quando se leem, dos dois autores citados, respectivamente, as obras:
a) Senhora e Lira dos Vinte Anos;
b) Quincas Borba e Os Escravos;
c) Ressurreição e O Navio Negreiro;
d) O Mulato e Canção do Exílio;
e) I - Juca Pirama e O Guarani.
- U.F. Uberlândia-MG Existem diferenças básicas entre a paisagem retratada pelos árcades e a paisagem retratada pelos românticos.
Escolha a alternativa correta que define essas duas paisagens:
a) A paisagem romântica é amena e monótona e a paisagem árcade é sempre graciosa e fulgurante.
b) A paisagem árcade é bucólica e a paisagem romântica é ainda mais bucólica, devido aos exageros do eu-lírico.
c) A paisagem romântica reflete os sentimentos do eu-lírico, enquanto a paisagem árcade é harmoniosa, alheia ao eu-lírico.
d) A paisagem árcade é mais visual enquanto a paisagem romântica só é perceptível através da leitura.
- UFF-RJ Assinale o fragmento que não corresponde ao indianismo romântico:
a) “As leis da cavalaria no tempo em que floresceu em Europa não excediam por certo em pundonor e brios à bizarria dos selvagens brasileiros.” (José de Alencar).
b) “Não há hoje a menor razão porque desconheçamos a importância da parte indígena na população do Brasil; e menos ainda para que apaixonados declamemos contra selvagens que por direito natural defendiam a sua liberdade, independência e as terras que ocupavam.” (Gonçalves de Magalhães).
c) “Imaginei um poema... como nunca ouviste falar de outro: guerreiros diabólicos, mulheres feiticeiras, sapos e jacarés sem conta: enfim, um gênesis americano, uma Ilídia Brasileira, uma criação recriada.” (Gonçalves Dias).
d) “É certo que a civilização brasileira não está ligada ao elemento indiano nem dele recebeu influxo algum; e isto basta para não ir buscar entre as tribos vencidas os títulos da nossa personalidade literária.” (Machado de Assis).
e) “O maravilhoso, tão necessário à poesia, encontrar-se-á nos antigos costumes desses povos [indígenas], como na força incompreensível de uma natureza constantemente mutável em seus fenômenos.” (Ferdinand Denis).
- UFRS Leia o texto abaixo.
“Uma das facetas do Romantismo é conceber o poeta como um gênio inspirado, dono de uma sensibilidade extraordinária. Isso faz com que ele expresse suas idéias e emoções de uma forma original e seja capaz de revelar realidades inacessíveis ao homem comum.”
Dos exemplos citados abaixo, identifique aquele(s) que expressa(m) a concepção acima.
I. “Meia-noite soou na floresta
No relógio de sino de pau;
E a velhinha, rainha da festa,
Se assentou sobre o grande jirau.”
(Bernardo Guimarães)
II. “Se é vate quem acesa a fantasia
Tem de divina luz na chama eterna;
Se é vate quem do mundo o movimento
Co’o movimento das canções governa;
(...)
Se é vate quem dos povos, quando fala,
As paixões vivifica, excita o pasmo.”
(Laurindo Rabelo)
III. “Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes,
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.
(...)
O véu da noite me atormenta em dores,
A luz da aurora me intumesce os seios,”
(Casemiro de Abreu)
Quais exemplos correspondem à concepção citada?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
Texto para as questões 7 e 8.
“Logo após a vitória, o cristão tornara às praias do mar, onde havia construído sua cabana e onde o esperava a terna esposa. De novo sentiu em sua alma a sede do amor; e tremia de pensar que Iracema houvesse partido, deixando ermo aquele sítio tão povoado outrora pela felicidade. Como a seca várzea com a vinda do inverno reverdece e se matiza de flores, a formosa filha do sertão com a volta do esposo reanimou-se; e sua beleza esmaltou-se de meigos e ternos sorrisos.
Outra vez sua graça encheu os olhos do cristão, e a alegria voltou a habitar em sua alma.
O cristão amou a filha do sertão como nos primeiros dias, quando parece que o tempo nunca poderá estancar o coração. Mas breves sóis bastaram para murchar aquelas flores de uma alma exilada da pátria.
O imbu, filho da serra, se nasce da várzea porque o vento ou as aves trouxeram a semente, vinga, achando boa terra e fresca a sombra; talvez um dia cope a verde folhagem e enflore. Mas basta um sopro do mar, para tudo murchar. As folhas lastram o chão; as flores, leva-as a brisa. Como o imbu na várzea, era o coração do guerreiro branco na terra selvagem. A amizade e o amor o acompanharam e fortaleceram durante algum tempo, mas agora longe de sua casa e de seus irmãos, sentia-se no ermo. O amigo e a esposa não bastavam mais à sua existência, cheia e grandes desejos e nobres ambições.
Passava os já tão breves, agora longos sóis, na praia, ouvindo gemer o vento e soluçar as ondas. Com os olhos engolfados na imensidade do horizonte, buscava, mas embalde, descobrir no azul diáfano a alvura de uma vela perdida nos mares. ”
ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Scipione. 1994. p. 56.
- UFBA A leitura do fragmento e do romance de onde foi extraído permite afirmar:
01. O aproveitamento da fauna e da flora americana fixa e valoriza a cor local, seguindo uma tendência da época em que a obra foi escrita.
02. Os personagens atuam impulsionados por sentimentos que os levam à prática de atos grandiosos ou de ações aviltantes que os caracterizam, respectivamente, como heróis ou como vilões.
04. A amizade entre Poti e Martim é reveladora do objetivo do autor de mostrar o colonizador como amistoso e cordial.
08. O movimento da narrativa é retardado pela inserção desse episódio de reencontro entre Iracema e Martim, fato inteiramente alheio à sequência dos acontecimentos que constituem o enredo.
16. A atitude contemplativa de Martim pode ser considerada fortuita, sem qualquer consequência para o desenrolar da trama.
32. A ação se transfere das praias do mar para o seio da floresta, onde ocorre o desfecho da história de amor de que trata o romance.
64. A razão que leva a filha da floresta e o guerreiro branco a se exilarem justifica, para ambos, a firmeza de permanecer em terra estranha.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 23
- 20. UFBA Com relação à linguagem, existe uma explicação adequada em:
01. A expressão “sede do amor” difere de sede de amor, já que a primeira dá ideia de concretude, enquanto a segunda, de abstração do sentimento amoroso.
02. A comparação entre a várzea e a filha do sertão remete, respectivamente, à chegada do inverno e à volta do esposo, ambas com função revitalizadora.
04. A oração “para murchar aquelas flores de uma alma exilada da pátria” exprime a consequência da ação do tempo no estado de ânimo do guerreiro branco.
08. A comparação presente no primeiro período do penúltimo parágrafo, evidencia a fragilidade do amor do guerreiro por sua pátria e a resistência do imbu na várzea.
16. O trecho “os já tão breves, agora longos sóis” contém ideias antitéticas que estão relacionadas com a mudança de estado de espírito experimentada pelo cristão.
32. O termo “embalde” expressa a incerteza da realização da ação de “buscava”.
64. As palavras “diáfano” e “alvura” referem-se a um mesmo nome.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas. 5
- (FUVEST) Assinale o que não é correto sobre a poesia romântica:
a) de modo geral, a mensagem focaliza a pessoa do emissor (“eu”), predominando a função emotiva da línguagem.
b) a poesia romântica marca uma ruptura com a poética clássica, quando abandona os esquemas métricos regulares e deprecia o soneto.
c) a poesia romântica retoma os temas do Neoclassicismo, apenas inovando a seleção vocabular, que se torna pessoal.
d) de maneira geral, acentua-se na poesia romântica o seu caráter intimista, uma vez que a poesia é pensada como “voz do coração” ou expressão de um pensamento divino.
e) dos dois procedimentos básicos de operação com a língua, a metáfora e a metonímia, os românticos tomam partido da metáfora: do que decorre a idealização de seus poemas.
- (SANTA CASA-SP) Afrânio Coutinho aponta as seguintes qualidades que caracterizam o espírito romântico:
I – Individualismo e subjetivismo
II – Escapismo
III – Exagero
E explica:
A – Na sua busca de perfeição, o romântico cria o mundo em que coloca o que imagina de bom, bravo, belo, amoroso, puro, um mundo de perfeição e sonho.
B – O romantismo é o primado exuberante da emoção, imaginação, paixão, intuição, libertade pessoal e interior.
C – Nem fatos nem tradições despertam o respeito do romântico. Pela liberdade, revolta, fé e natureza, constrói o mundo novo à base do sonho.
A melhor associação de qualidade e explicações é:
a) I – B; II – C; III – A.
b) I – C; II – A; III – B.
c) I – A; II – B; III – C.
d) I – C; II – B; III – A.
e) I – B; II – A; III – C.
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