segunda-feira, 20 de abril de 2015

Algumas Questões


TEXTO PARA PRIMEIRA QUESTÃO


“Em sua lírica (de José de Anchieta), o que se tem é primitivismo e simplicidade, na linha contra-reformista popular, recorrendo o poeta às formas tradicionais de versificação, sem revelar qualquer fluência renascentista. Na tradição medieval vai o autor colher inspiração para os seus poemas, escrevendo hinos, cantigas e vilancetes. E não odes, écoglas, epitalâmios, elegias, epigramas ou sonetos, gêneros próprios do Classicismo. Tudo nele é tradicional, sem indicar a mínima aceitação das formas difundidas pelo dolce stil nuovo. E tudo isso porque a sua lírica vem da linha estética inicial da Contra-Reforma, marcada pelo sentido de repopularização das artes, a fim de levar o Catolicismo ao seio das massas, em oposição às idéias reformistas. Mais que isso: no Brasil do século XVI, tinha o poeta que ser primitivo, simples e popular, para atingir os seus objetivos de catequese. Nem o Barroco, que está nas origens de nossa Literatura, reflete apenas o dualismo conflitual entre o espírito antiterreno da Idade Média e o espírito pagão do Renascimento. Há outro dualismo, além do apontado, resultante de duas formas antagônicas de cultura: de um lado se mantém o espírito antiterreno da Idade Média, encarnado nos padres da Companhia de Jesus. De outro, o que se tem é o mundo pagão do silvícola. A literatura anchietana, sobretudo a dos autos de catequese, representa uma espécie de transmigração da alma medieval, na linha contra-reformista, em choque com os costumes do paganismo indígena, onde o ritual antropofágico dominava no meio de outros costumes bárbaros. Assim, o conflito nasce da reação espiritual dos catequistas em face de um contexto social primitivo e selvagem, refletindo esteticamente uma experiência humana nova. Por isso mesmo, a nossa literatura daquela época divergia de tudo o que se escrevia em Portugal. “ Leodegário A. de Azevedo Filho

1.Embora tenha sido um latinista, José de Anchieta empregou diversos outros recursos estilísticos em sua poesia. Esses recursos chegam a relembrar elementos das cantigas trovadorescas já que uma das características de ambos se encontra:
a) mística amorosa
b) na vassalagem
c) no uso de redondilhas
d) no eu lírico feminino
e) na visão humanista

2. A relação entre a sociedade medieval e a poesia trovadoresca tem seu aspecto didático:
a) na mística religiosa
b) na visão idealista da mulher
c) no antropocentrismo
d) no teocentrismo
e) no eu lírico feminino


TEXTO PARA PRÓXIMA QUESTÃO

Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre o espaço geográfico, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os cientistas também iriam se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento.
SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.

3. O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada pela constante relação entre
a) fé e misticismo.
b) ciência e arte.
c) cultura e comércio.
d) política e economia.
e) astronomia e religião.


4. Durante o Renascimento, houve um notável desenvolvimento da produção literária, além das artes plásticas. Indique a alternativa em que obra e autor estão corretos:
a) O Príncipe - Shakespeare
b) Dom Quixote - Miguel de Cervantes
c) Os Lusíadas - Erasmo de Rotterdan
d) Hamlet - Dante Alighieri
e) Utopia - François Rabelais

5. "Se volveres a lembrança ao Gênese, entenderás que o homem retira da natureza seu sustento e a sua felicidade. O usuário, ao contrário, nega a ambas, desprezando a natureza e o modo de vida que ela ensina, pois outros são no mundo seus ideais." (Dante Alighieri, A DIVINA COMÉDIA, Inferno, canto XI, tradução de Hernâni Donato). Esta passagem do poeta florentino exprime:
a) uma visão já moderna da natureza, que aqui aparece sobreposta aos interesses do homem.
b) um ponto de vista já ultrapassado no seu tempo, posto que a usura era uma prática comum e não mais proibida.
c) uma nostalgia pela Antigüidade greco-romana, onde a prática da usura era severamente coibida.
d) uma concepção dominante na Baixa Idade Média, de condenação à prática da usura por ser contrária ao espírito cristão.
e) uma perspectiva original, uma vez que combina a prática da usura com a felicidade humana.



GABARITO
C – B - D – B - D

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